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O efeito Gladson Cameli: MDB se misturou com partidos de esquerda e juntos foram enterrados

Atualizada em 08/10/2024 11:00
Alguns colegas jornalistas que atuaram em meios de comunicação comprometidos com a pauta esquerdista e que se tornaram membros engajados na campanha do candidato derrotado do MDB à Prefeitura de Rio Branco, ex-petista Marcus Alexandre, nem deixaram amanhecer a segunda-feira, 07, para se danarem a elogiar o governador Gladson Cameli (PP), mais uma vez, o grande vencedor da disputa eleitoral, apesar e não ter disputado nenhum cargo diretamente. O PP elegeu 14 das 22 prefeituras acreanas e mais três vices, entre os quais em Rio Branco. Com aliados, foram 20 no total prefeituras. O PP também elegeu o maior número de vereadores. Foram 67 no geral, dos quais seis em Rio Branco, cinco em Cruzeiro do Sul e três em Sena Madureira, as três maiores cidades acreanas.
Essa turma que muda de opinião coma mesma facilidade com que troca de roupas precisa entender que o governador Gladson Cameli, tão criticados se tornou uma grande liderança política, em 2006, quando foi eleito deputado federal e consolidou a liderança em 2010, quando foi reeleito e ampliou sua votação em todos os municípios acreanos. Claro que ele se tornou uma liderança absoluta e a maior do Acre quando, fora do poder, derrotou o PT, em 2018, ganhando de goleado de Marcus Alexandre, em primeiro turno.
Vale lembrar que, em 2018, Gladson enfrentou as duas maquinas – a do governo e das prefeituras, sobretudo a de Rio Branco.  Mesmo assim, liderou a disputa do início ao fim e liquidou a fatura em primeiro turno.  Além disso, Gladson foi decisivo na eleição do senador Marcio Bittar e na reeleição do senador Sérgio Petecão, quem quatro anos depois, em 2022, virou seu adversário e tentou ser governador, mas também foi derrotado por Gladson, quando o governador foi reeleito, também em primeiro turno.
Os adversários e até mesmo muitos dos colunistas e comentaristas políticos que são alinhados aos partidos de esquerda, passaram a campanha afirmando que o governador não conseguia transferir voto. Citavam como exemplo a não reeleição da refeita Socorro Neri, em 2020 e o fracasso de Ney Amorim (Podemos), em 2022, quando tentou ser senador.
 No caso da prefeita Socorro Neri, Gladson tentou ajudar, mas como seu partido o PP, havia lançado Tião Bocalom, ele ficou sem clima para forçar a barra junto aos seus colegas de partido, tanto que os secretários de Estado filiados ao PP, exceto Alysson Bestene, todos apoiaram a eleição de Bocalom.
Em relação ao candidato Ney Amorim, sua candidatura foi lançada no dia da convenção. Tanto que, quando ele chegou ao Sesc-Bosque, local da festa da convenção, o deputado federal Alan Rick, que foi eleito senador pelo União Brasil, já estava no palanque ao lado do governador Gladson Cameli e outras lideranças da ampla aliança.
Na disputa eleitoral que terminou neste domingo, foi bem diferente, o governador se empenhou de corpo e alma às candidaturas de seus aliados. Por isso, o PP e os partidos da aliança de direita foram os grandes vencedores. O governador enterrou de vez os partidos de esquerda e o MDB, que dava como certa vitória em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Brasiléia, além dos outros quatro municípios do Vale do Juruá, e perdeu todos. O prêmio de consolação do MDB foi apenas a Prefeitura de Venceu apenas em Santa Rosa do Purus, cidade de apenas seis mil habitantes.
Portanto, Gladson, que desde 2014 passou a ser a grande liderança do Acre, provou neste domingo que transfere voto. Em 2016, se quiser voltar ao Senado, já que a legislação não permite seu terceiro mandato no governo, Gladson não encontrará nenhuma dificuldade para voltar ao Senado e ainda escolher quem vai ocupar a segunda vaga. Além disso, quem tentar ganhar eleição majoritária pelos partidos de esquerda pode nadar e morrer na praia. O PT e o PC do não elegeram nenhum prefeito e o MDB que decidiu se misturar com a esquerda, foi o grande derrotado, ao lado do senador Sergio Petecão, uma vez que o PSD, que venceu a disputa apenas em Rodrigues Alves, cidade de apenas 20 mil habitantes, no Vale do Juruá.
Varredura
A única prefeitura que o PT tentava manter a de Xapuri, berço do partido, cidade de Chico Mendes, foi conquistada neste domingo, 06, pelo candidato do PP, o jovem advogado Maxsuel Maia. O prefeito Bira Vasconcelos e a cúpula petista tentaram eleger, sem sucesso, Erivelton Soares.
PP tem a maior bancada
Mais uma vez, o PP venceu a disputa eleitoral na Câmara de Rio Branco e elegeu seis vereadores, com crescimento de 100% em relação ao pleito de 2020, quando elegeu três parlamentares.
Os cinco melhores
O PP do governador Gladson Cameli não apenas elegeu seis dos 21 vereadores de Rio Branco, mas também tem os cinco maiores campeões de votos. A aliança ampla que garantiu a reeleição do prefeito Tião Bocalom, em primeiro turno, elegeu 17 dos 21 vereadores.
Quatro de oposição
Como prêmio de consolação, o MDB elegeu três vereadores e o PT um. Esses quatro, em tese, deverão fazer oposição ao prefeito Tião Bocalom (PL). Claro que a vereadora Elzinha Mendonça, reeleita pelo PP, não deverá, pelo menos no início, compor a bancada governista, pois não tem afinidade com o prefeito reeleito Tião Bocalom, mas como pertence ao PP, do vice-prefeito Alysson Bestene, também não fará parte do apequenado bloco de oposição.
Sem vida orgânica
Claro que o PP saiu das urnas como o grande vencedor em Rio Branco, pois além de ajudar a reeleger o prefeito Tião Bocalom (PL), que foi eleito em 2020 pelo Progressista, elegeu a maior bancada de sua história com seis vereadores. No entanto, apenas o vereador Samir Bestene, que foi reeleito, tem vida orgânica no partido.
Pegaram carona
Elzinha Mendonça, que foi reeleita e Felipe Tchê, que vai para o primeiro mandato de vereador, pegaram carona na onda vitoriosa do PP. Elzinha veio do PSB e Tchê do PT, ambos partidos de centro esquerda.
Sortudos
Bruno Mores, o grande campeão de votos neste domingo, 06, assim como José Aiache e Lucilene Vale jamais seriam eleitos se não estivessem no PP. Os três receberam apoio diretamente de assessores do governador. Claro que isso não tira seus méritos.
Fortalecidos
Deputados André Vale e Luiz Tchê vão para a reeleição em 2024 ainda mais fortes. Tchê elegeu o filho Felipe e André ajudou a eleger sua mulher, a nova vereadora Lucilene Vale.
Inversão
Enquanto o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro cresceu mais de 50% em termos de prefeituras conquistadas em 2024, o PT do Presidente Lula da Silva, diminuiu no mesmo percentual. O PL não elegeu o maior número de prefeituras, mas foi o partido que mais recebeu votos nas eleições municipais.
Triste fim dos tucanos
Os tucanos brincaram tanto com os eleitores paulistas que tiveram um fim ora lá de triste na capital. O candidato do partido à Prefeitura e São Paulo, jornalista e apresentador de TV José Luiz Datena, começou a campanha com mais de 12% e terminou com apenas 1%. A pior campanha do PSDB em toda sua história.
Não volta o mesmo
Quando Datena voltar a apresentar programa na Band, nos próximos dias, será encarado como um cara que foi acusado de assédio sexual e ficou sem resposta. Por isso, partiu para a violência e tentou matar o candidato do PRTB, empresário Pablo Marçal com duas cadeiradas.
PT pior que o PSDB
O PT ficou tão pequeno que sequer teve um nome para apresentar como candidato à Prefeitura de São Paulo. Teve que se conformar em virar coadjuvante do minúsculo Psol, de um Guilherme Boulos da vida.
A máscara caiu
Estava na cara que a deputada Tabata Amaral (PSB) iria apoiar a candidatura do esquerdista de Guilherme Boulos no segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em 2022, Tabat, espertinha como sempre, fingiu ser de centro para abocanhar votos de eleitores da direita. Mas agora a máscara da patricinha marrenta e lacradora caiu. Ela vai se ferrar junto com os comunistas.
Tapa de luvas
Um dia a após a disputa eleitoral em São Paulo, o candidato do PRTB, empresário Pablo Marçal já afirmou que vai apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), mesmo sabendo  que é “um bananinha”. Para ele, pior que apoiar Nunes seria declarar apoio ao ultra esquerdista Guilherme Boulos, o  candidato do Lula.
Revolta de Peninha
Ex-vereador Peninha Magalhaes, eleito em 1992 entre os mais votados, tentou voltar ao Poder Legislativo Municipal mais uma vez este ano pelo PSB, mas obteve apenas 30 votos. No dia seguinte, revoltado com a traição que diz ter sido vítima, editou nota nas redes sociais agradecendo os que votaram nele e, ao mesmo tempo, mandando os 1.100 eleitores que diz ter feito pagamento a orem para os quintos do infernos e para a pqp.

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