Presidente da Câmara, Hugo Motta decidiu barrar a indicação de Eduardo Bolsonaro para o comando da liderança da minoria na Casa.
A decisão, publicada no Diário Oficial, impede a consolidação de uma bizarra inovação no Congresso, a criação de cargos de líderes fantasmas, parlamentares eleitos por brasileiros, mas que não trabalham nem moram no Brasil.
Na semana passada, o PL anunciou a indicação de Eduardo como forma de tentar impedir que ele seja cassado por faltar a sessões na Casa — líderes não precisam confirmar presença –, uma vez que está nos Estados Unidos e não deve mais retornar ao Brasil.
“Evidencia-se a incompatibilidade do exercício da liderança da Minoria na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, visto que se encontra ausente do território nacional”, diz o despacho de Motta.
O filho de Jair Bolsonaro foi denunciado pela PGR, nesta segunda, por coação no curso do processo. Ele é acusado de atuar nos Estados Unidos, juntamente com Paulo Figueiredo, para atrapalhar o julgamento do pai dele no STF.
Eduardo, segundo Paulo Gonet, buscou intimidar os ministros da Corte com sanções obtidas junto ao governo de Donald Trump para evitar a condenação na trama golpista.
O Conselho de Ética da Câmara deve abrir, nesta terça, o processo de cassação contra Eduardo, por usar seu mandato de modo a obter sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.

