Por Rayssa Motta/Estadão
O perito computacional Eduardo Tagliaferro ao lado do ministro Alexandre de Moraes. Foto: @edutagliaferro via Instagram
Denunciado por violação do sigilo funcional e obstrução de Justiça, perito Eduardo Tagliaferro está na Itália; defesa não comenta
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a extradição do perito computacional Eduardo Tagliaferro, que está na Itália.
A ordem do ministro foi encaminhada primeiro ao Ministério da Justiça e depois remetida ao Itamaraty para a formalização dos trâmites junto às autoridades italianas.
O Estadão pediu manifestação da defesa, que não comentou a decisão. Pessoas próximas ao perito estão indignadas com a perspectiva da extradição e veem a ordem de Moraes como perseguição por denúncias e críticas que Tagliaferro vem fazendo ao ministro e ao STF desde que deixou o Brasil.
Em ofício sigiloso enviado ao gabinete do ministro na última quinta-feira, 21, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), braço do Ministério da Justiça que cuida das extradições, informou que deu início aos procedimentos para localizar o perito.
“Novas informações, tão logo disponíveis, serão enviadas a essa Suprema Corte”, diz o documento.
Tagliaferro foi assessor de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Os dois romperam relações desde o vazamento de mensagens de auxiliares do ministro. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) imputam ao perito a divulgação das mensagens.
Tagliaferro foi denunciado pela PGR na última quinta-feira, 21, por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação.

