Michelle e Bolsonaro em evento do PL Mulher em junho de 2025, antes da prisão domiciliar do ex-presidente
Imagem: Gabriela Biló/Folhapress
Por Letícia Casado e Lorena BarrosColunista do UOL, em Brasília, e Do UOL, em São Paulo
O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a visita de Michelle Bolsonaro ao expresidente Jair Bolsonaro neste domingo, na Superintendência da Polícia Federal, onde
ele está preso desde ontem.
O que aconteceu
Visitas poderão ser feitas hoje das 15h às 17h. Michelle estava em Fortaleza
e participaria de um evento na cidade de Caucaia, na região metropolitana da capital
cearense, quando o marido foi preso.
Defesa também pediu que os filhos dele tivessem autorização para visitar
Bolsonaro, mas não deu os nomes deles. Moraes pediu que os advogados
completassem o pedido com os nomes dos filhos que querem fazer a visita. Expresidente tem cinco filhos: Flávio, Eduardo, Carlos, Jair Renan e Laura.
Jair Bolsonaro recebe hoje a visita do seu médico na Superintendência da
Polícia Federal em Brasília. Bolsonaro está acompanhado por médicos da Polícia
Federal, que trabalham em sistema de plantão para atendê-lo em caso de necessidade,
conforme determinado por Moraes.
Hoje, Bolsonaro também passará por audiência de custódia. A oitiva será às 12h,
por videoconferência, para avaliar a legalidade da prisão, e verificar se aos direitos
fundamentais do ex-presidente foram respeitados e sua integridade física e psicológica
preservadas.
Risco de fuga
Bolsonaro tentou romper a tornozeleira na madrugada de ontem, afirmou
Moraes. Na decisão que valida a prisão preventiva, o ministro do STF informou que a
tentativa de violação aconteceu às 0h08. Uma das hipóteses levantadas no documento
é de que o ex-presidente tentaria fugir durante a confusão causada pela manifestação
convocada por Flávio.
“Embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de “vigília” para a saúde do réu Jair Messias Bolsonaro a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais.”
-Trecho da decisão de Alexandre de Moraes
Agentes estiveram ontem na casa Bolsonaro em Brasília. A prisão é preventiva e foi solicitada pela PF, sendo atendida e ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Moraes determinou que a prisão não expusesse Bolsonaro. O ministro também
mandou que a PF não utilizasse algemas no ex-presidente.
O ex-presidente confirmou que tentou romper a tornozeleira eletrônica que
usava com ferro de solda. A informação consta em um documento da Seape-DF
(Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal). Bolsonaro foi
preso preventivamente na manhã de hoje.
O equipamento possuía “sinais claros e importantes de avaria”, diz documento
da Seape. “Haviam (sic) marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de
encaixe/fechamento do case”, afirma trecho do relatório. Bolsonaro foi, então,
questionado por agente da secretaria sobre o instrumento utilizado e informou que fez o
uso de “solda para tentar abrir o equipamento”.
Advogados disseram que decisão pela prisão “causa profunda perplexidade” e
pode colocar a vida de Bolsonaro “em risco”. “Principalmente porque, conforme
demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma
vigília de orações”, diz a nota.
“Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível”
-Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno

