Atualizada em 08/03/2025 07:28
Cida Gonçalves, ministra da Mulher
Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (PT), rebateu Jair Bolsonaro (PL)
após o ex-presidente afirmar que mulheres petistas são “incomíveis”. Ela
afirmou que ele está inelegível e “logo será insignificante”.
O que aconteceu
Ministra diz que Bolsonaro “volta a atacar mulheres com sua prática
misógina”. Segundo ela, a fala do ex-presidente “não é só ofensiva”, mas “uma
tentativa de desumanizar e silenciar mulheres pelo simples fato de pensarem
diferente dele”.
“Não nos calaremos. “Seguimos na luta por respeito e igualdade”,
afirmou Cida. “Para quem se dizia imbrochável, hoje está inelegível e
investigado. Logo logo, será insignificante.”
Vídeo com fala de Bolsonaro foi divulgado ontem (6) por seu filho Jair
Renan (PL). Na gravação, feita durante o Carnaval em Angra dos Reis, o ex-presidente diz que mulheres petistas são “feias” e costumam xingá-lo em
aeroportos.
Anielle Franco também se manifestou sobre as declarações de
Bolsonaro. Em nota, a ministra da Igualdade Racial disse que ex-presidente
coleciona falas misóginas e violentas contra as mulheres brasileiras. “Na
véspera do dia de luta das mulheres, e neste governo que recriou o ministério
das mulheres, podemos dizer que é um avanço da agenda feminina e da
democracia que ele esteja inelegível.”
O episódio vem à tona na véspera do Dia Internacional da
Mulher. Comemorada em 8 de março, a data é usada mundialmente para
ações de conscientização em relação à igualdade de gênero e a outros direitos
das mulheres.
Ex-presidente tem histórico de declarações
machistas
Bolsonaro foi condenado por dizer que a deputada Maria do Rosário (PT)
“não merece ser estuprada porque é muito feia”. Ele também já afirmou que
a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, queria “dar um furo a qualquer
preço”. Nos dois casos, a Justiça determinou o pagamento de indenizações às
vítimas.
Em 2022, pesquisas apontavam que as eleitoras preferiam Lula. Divulgado
às vésperas do 2º turno, um levantamento do Datafolha indicava que o petista
tinha 52% das intenções de voto entre as mulheres à época — enquanto o ex-presidente registrava 41% da preferência do grupo.
Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023. Naquela ocasião, uma
decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou que o ex-presidente
não pode participar de disputas até 2030 por conta de uma reunião com
embaixadores em julho de 2022 — quando ele disputava a reeleição à
Presidência da República. O entendimento foi de que o encontro violou a regra
eleitoral.
Ex-presidente também foi alvo de denúncia da PGR. No último dia 18,
Bolsonaro e outras 33 pessoas foram acusados de envolvimento numa tentativa
de golpe de Estado após a derrota para o atual presidente Lula (PT) nas
eleições de 2022. O caso deve ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal.
UOL