Atualizada em 28/05/2025 10:05
Ao deflagrar hoje a sétima fase da Operação Sisamnes, que investiga corrupção em várias instâncias do Judiciário, a Polícia Federal apontou indícios de que militares abriram uma empresa para realizar ações de espionagem e homicídios.
A operação se baseou em documentos apreendidos no ano passado na residência de um coronel da reserva do Exército, Etevaldo Caçadini. A PF detectou a existência de uma tabela com preços para espionar ou até mesmo matar autoridades do STF (Supremo Tribunal Federal) e parlamentares do Congresso Nacional. Também havia um regimento interno da empresa de pistolagem, divisão por setores, armamentos e até uso de garotas de programa.
Diálogos entre os investigados também citam nomes de ministros do STF como possíveis vítimas, além de parlamentares. A tabela apreendida mostra que os preços cobrados variavam conforme o alvo. Pelos valores, considerados baixos, a PF suspeita que esses preços seriam para espionar os alvos:
Ministros / Judiciário – R$ 250 mil
Senadores – R$ 150 mil
Deputados – R$ 100 mil
Figuras normais – R$ 50 mil
Essa empresa, no papel, seria destinada a serviços de segurança privada, mas que, na verdade, operava serviços ilegais, de acordo com a investigação. Segundo a PF, eles se autodenominavam, informalmente, como “Comando C4: Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”.
Coronel está preso
O coronel Etevaldo Caçadini está preso desde janeiro do ano passado, por suspeita de envolvimento no assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto no final de 2023 em Cuiabá. Na época, a investigação estava a cargo da Polícia Civil de Mato Grosso.
A investigação, depois, foi enviada ao STF e à Polícia Federal, porque no celular do advogado Zampieri foram encontrados indícios de corrupção envolvendo servidores de tribunais superiores.
Na operação deflagrada hoje, a PF cumpriu um novo mandado de prisão contra Caçadini, desta vez por ordem do relator do caso no STF, Cristiano Zanin. Caçadini é suspeito de ser um dos líderes desse esquema dos assassinatos.
Também foram alvos da PF o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, por suspeita de ser o mandante do assassinato de Zampieri, e outras três pessoas ligadas à empresa dos assassinatos, incluindo um instrutor de tiro. Na casa de um deles, foi apreendido hoje um arsenal com diversas armas.
[Fonte: Uol]