A vice-governadora do Acre, Mailza Assis (PP), que se coloca como pré-candidata ao governo em 2026, fez nesta quinta-feira (9) seu primeiro desabafo público sobre a falta de apoio político dentro da base aliada, especialmente por parte do senador Márcio Bittar (presidente estadual do PL) e do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
As declarações foram feitas durante um evento oficial do governo do estado, na sede do DERACRE, em Rio Branco, para assinatura da ordem de serviço de novas pontes. Em tom diplomático, mas firme, Mailza afirmou que esperava mais respaldo de aliados que ajudou a eleger, mas que seguirá com seu projeto mesmo diante do silêncio de parte da base.
“Esperava muito que ele [Bocalom] apoiasse, porém ele ainda não tomou essa decisão. Já pedi o apoio do senador Márcio Bittar, já conversei. Da minha parte, eu fiz o que tinha que fazer. Se ele ainda não decidiu, está deixando para decidir lá na frente. Mas a vida continua”, disse a vice-governadora.
A fala evidencia o incômodo com a postura adotada por lideranças do seu próprio campo político. Enquanto Mailza já colocou seu nome à disposição do grupo para a disputa de 2026, o senador Márcio Bittar adotou uma posição mais cautelosa e disse que ainda aguarda uma definição por parte do governador Gladson Cameli (PP) para decidir seu alinhamento político.
“Isso está na mão do governador Gladson Cameli. Ele sabe a hora certa. Estou tranquilo com o Gladson”, afirmou Bittar, sem mencionar Mailza diretamente.
O governador Gladson Cameli, por sua vez, sinalizou que a busca pela unidade do grupo político é sua prioridade, ainda que para isso tenha que abrir mão de uma possível candidatura própria. “Até ficar no governo e não ser candidato, se for preciso para manter a união, eu sou capaz de fazer”, declarou.
Sinal de isolamento político?
Apesar do tom sereno, as falas de Mailza indicam um certo isolamento dentro do próprio bloco político que ajudou a eleger em 2022. Como vice-governadora e ex-senadora, ela tem buscado se firmar como nome competitivo e viável dentro do Progressistas, mas ainda não recebeu o endosso público das principais figuras do grupo.
Nos bastidores, a avaliação é de que a resistência pode estar relacionada a negociações mais amplas de alianças para 2026, em que o nome de Mailza ainda não seria consenso. Mesmo assim, ela tem intensificado agendas pelo estado e costurado apoio com lideranças locais, se antecipando ao cenário eleitoral do próximo ano.

