Publicado em 14/06/2025
O presidente Lula e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Lula (PT) se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta
(Republicanos-PB), no Palácio da Alvorada nesta manhã, após a mudança de postura
do deputado em relação ao pacote de compensação de isenção do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras).
O que aconteceu
Sem registro oficial, a reunião buscou azeitar o acordo entre governo e
Congresso sobre a MP. O encontro durou pouco mais de 2 horas. Além dos dois,
participam ainda o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os ministros Rui
Costa, da Casa Civil, e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais.
Lula chamou Motta na noite de ontem. O deputado estava na festa de São João de
Petrolina (PE) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o ministro
de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
-A decisão de Motta de colocar em votação na segunda a urgência para
suspender o decreto irritou o governo. O movimento é considerado uma resposta
política ao governo diante das insatisfações da Casa com a medida provisória enviada
pelo Executivo e o atraso no pagamento das emendas parlamentares. Lideranças
afirmaram que não há compromisso com a votação do projeto em si.
-Pressionado por “facilitar demais” para o governo, o presidente da Câmara não
sustentou o acordo. A sinalização de um possível arranjo após uma “noite histórica”,
nas palavras de Motta, ao sair da reunião com o Senado e o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, no último domingo, deu lugar a um discurso duro ao longo da
semana e a indicação de um debate difícil na Casa sobre as novas regras do IOF.
-Governistas dizem que pautar a urgência, por exemplo, seria uma ação normal,
não fosse a recepção de Motta nas discussões do tema. Interlocutores do Planalto
e da equipe econômica dizem que ele se mostrou interessado e otimista nas duas
reuniões de que participou com o Executivo para debater a reformulação da proposta.
Lideranças que estiveram nos encontros afirmaram que o acordo pareceria
encaminhado.
-No Palácio, já se diz abertamente que ele não inspira confiança e Lula entrou em
jogo. O presidente tem insistido em pacificar ao máximo a relação entre Executivo e
Legislativo, lembrando a todos com frequência que o governo tem minoria no
Parlamento. Publicamente, Gleisi deve ir na mesma linha, mas aliados dizem que ela
também não ficou satisfeita.
* Com informação do UOL