Atualizada em 01/03/2025 15:48
Foto: O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o dos Estados Unidos, Donald Trump (Marcelo Camargo/Agência
Brasil/Roberto Schmidt/AFP)
Petista saiu em defesa de presidente ucraniano após bate-boca no Salão Oval da Casa Branca em frente às câmeras
Durante viagem para o Uruguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a
discussão entre os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos Estados
Unidos, Donald Trump, e seu vice James David Vance.
“Não sou diplomata, mas acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado,
desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa
como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca”, disse Lula ao lado do
assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. “Há uma
parcela da sociedade que vive em desrespeito ao outro. E não é possível falar em
democracia se não há respeito ao outro ser humano. Acho que o Zelensky foi humilhado,
acho que na cabeça do Trump o Zelensky merecia isso”, acrescentou o brasileiro, no
Uruguai, onde presenciou a posse do novo presidente Yamandú Orsi.
Lula ainda voltou a defender a abertura de diálogo para terminar a guerra entre a Rússia
e a Ucrânia, que já ocorre há três anos. “Não tem paz se não houver participação dos
dois presidentes que estão em conflito. O que é preciso é tomar uma decisão correta se o
mundo quer paz. Acho que o mundo precisa de paz”, afirmou o petista.
Zelensky foi a Washington para assinar um acordo que daria aos Estados Unidos acesso
a parte dos recursos minerais da Ucrânia. A negociação é vista pelo governo norteamericano como uma forma de compensar a ajuda financeira e militar de bilhões de
dólares destinada à Ucrânia. Durante as conversas, porém, um bate-boca em frente às
câmeras surpreendeu o mundo nesta sexta-feira, 28 de fevereiro.
Em reuniões bilaterais no Salão Oval da Casa Branca é praxe que, em um determinado
momento, o encontro seja aberto à imprensa para tirarem fotos. Neste momento, em que
os chefes de Estado costumam conversar amenidades, James David Vance emparedou
Zelensky sobre as negociações de paz na Guerra contra a Rússia. A discussão escalou o
tom e Trump chegou a dizer que se os Estados Unidos estivessem na guerra, a Ucrânia
não resistiria por duas semanas. Após a discussão, Zelensky recuou da assinatura do
acordo que iria permitir a exploração das terras raras ucranianas pelos Estados Unidos.
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