Atualizada em 06/02/2025 10:05
As leis existem não apenas para conferir direitos, sim e também, para impor seus limites, até porque, se a liberdade fosse um direito absoluto, determinados crimes, a exemplificar, o de difamação, o de calúnia e o de injúria, enquanto crimes, sequer existiriam, afinal de contas, àqueles que viessem praticá-los, em suas próprias defesas, bastariam alegar que agiram em nome da liberdade de expressão.
Se no passado, quando a mentira corria de boca em boca, pessoas honradas e inocentes foram político e moralmente altamente vitimadas, em tempos de internet e da IA-Inteligência Artificial, as tais Fake News, as pós-verdades e mais recentemente, as deepfakes, se maldosamente elaborada, se imporiam quando comparados com a própria verdade.
Outro direito recorrentemente lembrado, como o de ir e vir, se fosse um direito absoluto, as invasão das próprias propriedades privadas, inclusive as residenciais, não estariam protegidos, pois os mesmos ficariam a disposição dos invasores, independentemente, das suas motivações.
A diferença entre o remédio e o veneno está na dose, e esta expressão aplica-se a muitas situações presentes em nossas próprias vidas, posto que, se a fé na dose certa nos conforta, em excesso, nos incomoda, a exemplo do medo, que em demasia, nos acovarda.
Quando utilizada, para além dos seus próprios limites, a liberdade adquire outra denominação “libertinagem”. Sobre a sua própria liberdade, o filósofo inglês Herbert Spencer, dizia: “a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro”.
No nosso ambiente político, até mesmo as nossas mais expressivas figuras, sequer são poupadas e isto porque, estamos vivendo num ambiente político altamente radicalizado. Nada tem sido mais comum no nosso país do que assistirmos o ex-presidente Jair Bolsonaro ser acusado de genocida e golpista e o atual presidente Lula, a despeito de está no exercício de seu 3º mandato, de ser acusado como maior corrupto de nossa história.
Liberdade desprovida de responsabilidade só acontece e com bastante freqüência nos países cujas democracias encontram-se seriamente ameaçadas. Radicalização partidária, a exemplo do que acontece nos EUA, vá lá, mas de caráter pessoal, como acontece no nosso país, é o que de pior poderia acontecer.
Falando-se de heroísmo, não tenho o menor apreço ao lulismo, menos ainda ao bolsonarismo, até porque, faço minhas as palavras do imortal Bertolt Brecht: “Miserável e o país que precisa de heróis”.