Publicado em 27/10/2025
O caso do bebê José Pedro, que chocou o Acre após ser encontrado vivo horas depois de ter sido declarado morto, ganhou um novo e trágico capítulo: a morte do recém-nascido na noite de domingo (26), na UTI neonatal do Hospital da Criança, em Rio Branco. A causa oficial, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), foi sepse e choque séptico, quadro que já era considerado extremamente delicado.
No entanto, o mistério que envolveu sua breve “ressurreição” – resgatado com vida momentos antes de ser enterrado no sábado (25) – levanta sérias questões e coloca o foco em um fenômeno raríssimo.
Síndrome de Lázaro:
Durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27), o médico legista Ítalo Maia, diretor do Instituto Médico Legal (IML) no Acre, trouxe à tona a possibilidade de o episódio ter características da Síndrome de Lázaro. Esta é uma condição incomum, popularmente chamada de “autorressuscitação”, na qual sinais vitais retornam espontaneamente após uma pessoa ter sido declarada morta, geralmente após procedimentos de reanimação.
“Normalmente, essa síndrome acontece em situações em que o paciente acaba de ser reanimado. A pessoa passa por procedimentos e uso de medicações, é declarada morta, mas minutos depois pode apresentar sinais vitais novamente,” explicou o médico.
Investigações
Apesar da menção à síndrome, Ítalo Maia foi cauteloso, ressaltando que “A gente tem que analisar. Ainda precisamos fazer a avaliação dos documentos hospitalares e de todo o contexto clínico. Essas análises ainda não foram concluídas”, explicou o legista.” A prioridade do Instituto Médico Legal (IML) é a análise detalhada dos documentos hospitalares e do contexto clínico completo do bebê. Os exames cadavéricos de José Pedro, que devem determinar com precisão a causa da morte, estão em andamento no IML de Rio Branco, com previsão de conclusão para esta segunda-feira.
Paralelamente à investigação técnica, a Sesacre informou que a equipe médica envolvida no atendimento inicial na Maternidade Bárbara Heliodora foi afastada temporariamente, garantindo a transparência durante a apuração interna. A Polícia Civil também abriu um inquérito para investigar se houve falha profissional no primeiro diagnóstico de óbito.
O caso, que começou com um milagre incomum, encerra-se com a necessidade urgente de respostas, divididas entre a busca por uma explicação clínica (Síndrome de Lázaro) e a averiguação de possíveis falhas humanas no processo de atendimento médico.
Veja abaixo o vídeo – uma reprodução do Instagram Contilnet:

