O município de Rio Branco pode enfrentar, em 2026, a sexta cheia consecutiva do Rio Acre. O alerta foi feito pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, durante entrevista concedida ao portal ac24horas na noite da última quarta-feira (15). A preocupação surge com a confirmação do retorno do fenômeno climático La Niña, que afeta diretamente o regime de chuvas na região amazônica.
De acordo com Falcão, até recentemente o estado do Acre se encontrava em uma condição de neutralidade meteorológica, sem a presença de eventos como El Niño ou La Niña. No entanto, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) confirmou o retorno da La Niña, ainda em fase inicial.
“Desde abril estamos sob neutralidade, mas agora, na segunda metade de outubro, já começamos a sentir os efeitos da La Niña novamente”, explicou o coordenador. Ele destacou que esse fenômeno se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que costuma resultar em um aumento das chuvas na região.
Apesar da preocupação, Falcão reforçou que o fenômeno ainda se apresenta de forma fraca, e que qualquer previsão mais precisa sobre a quantidade de chuvas ou a possibilidade real de uma cheia ainda depende de análises futuras.
“Tradicionalmente, em novembro, realizamos uma reunião técnica com todos os órgãos envolvidos, inclusive meteorologistas, para discutir os cenários do período chuvoso. Neste momento, o que podemos dizer é que, se o fenômeno se intensificar, há uma chance real de chuvas acima da média, o que pode causar mais uma enchente”, afirmou.
O coordenador destacou também que, embora exista o risco, é necessário manter a cautela. O monitoramento climático está sendo feito continuamente, e ainda é cedo para afirmar com certeza se haverá uma nova cheia em 2026.
“Não descartamos essa possibilidade, mas é prematuro cravar qualquer previsão. Ainda temos um tempo de observação pela frente para entender como o clima vai se comportar”, concluiu.
A próxima reunião técnica da Defesa Civil com meteorologistas e instituições parceiras está marcada para novembro. Nessa ocasião, dados mais atualizados deverão oferecer um panorama mais preciso sobre o período chuvoso e o possível aumento do nível do Rio Acre.

