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Inacreditável

Atualizada em 11/11/2024 09:47

      As emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos favoreceram a compra de votos e a corrupção.

                   “Edgar, Le Brésil n’ont è pas un pays sérieux”. Traduzindo do francês para o nosso português: “Edgar, o Brasil não é um país sério”. Esta frase, por vezes atribuída ao estão presidente francês, Charles de Goulle, verdadeiramente, foi de autoria do diplomata brasileiro, Carlos Alves de Sousa Filho e dirigida ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, este por sua vez, correspondente do Jornal do Brasil na França.

                Se vivo ainda fosse, o referido diplomata estaria horrorizado com a instituição, aparentemente legalizada, repito, apenas aparentemente, já que as tais emendas motivaram, e de forma generalizada, a compra de votos e corrupção eleitoral no nosso país.

           Reporto-me às emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos. É de arrepiar as dimensões dos estragos que estes dois cupins já provocaram e que continuam ameaçando a nossa República.

               Digo mais: se não detidas, as nossas próprias eleições se prestarão, sobremaneira, para reeleger os nossos deputados e senadores que decidirem permanecer nas boquinhas em que se encontram.

          Presentemente, na nossa assaltada República, cada um dos nossos senadores cada um dos nossos deputados federais dispõe anualmente de R$-50,00 milhões para distribuir entre os prefeitos e de resto aos nossos vereadores que se comprometerem com suas reeleições. No decorrer de um mandato, cada deputado federal dispõe de R$-200,00 milhões e os senadores de R$-400,00 milhões. Só e somente só, os nossos coitados eleitores, seja por ingenuidade ou idiotice continuam ignorando tais fatos.

            Pior ainda: não raramente os recursos derivados de tais emendas acabam chegando aos cofres das construtoras, adrede escolhidas, quando se trata de construções das chamadas obras públicas, quando não, nas empresas vendedoras dos mais variados produtos: material escolar, fármacos e quaisquer outros. Várias denúncias dão conta da existência de corrupção em suas transações, muitas delas já tornadas públicas.

           O que haveremos de esperar de uma República, ou mais precisamente, de um regime democrático que se alimenta da compra de votos e da corrupção? O fato é: jamais a nossa atividade político-eleitoral, assim como, as nossas gestões públicas haviam chegado a tão baixíssimo nível. No quesito espírito público, nota zero aos nossos parlamentares.

        Se dos males o menor, ainda bem que as nossas eleições municipais pouco a nada tem a ver com as nossas eleições presidenciais, e a provar que não, Fernando Collor de Mello e Jair Bolsonaro, se elegeram presidente da nossa República sem que seus respectivos partidos, o PRN e o PSL, contassem com um só prefeito filiado as suas legendas.

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