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Honestidade não basta

Atualizada em 25/01/2024 12:12

     Para não se tornar num decepcionado desconfie  de quem supervaloriza a sua própria honradez.

Na nossa atividade política, com demasiada freqüência, os nossos candidatos, apartidariamente, quando falam de si mesmos, sempre se dizem honestos e incorruptíveis, mas ao mesmo tempo, acusam os seus adversários de serem corruptos e corruptíveis.

 Outra não foi à causa que empurrou a nossa classe política para o lodaçal moral em que se encontra. Nada contra o combate a corrupção, justamente por sê-la, como bem disse o saudoso Ulisses Guimarães, o mais grave cupim da nossa e de qualquer República, porém pior, superlativamente pior, que a própria corrupção, vem ser o comportamento daqueles que propagandeiam a sua própria honestidade e na primeira oportunidade que surge, passa a integrar o submundo da nossa própria atividade política.

 Ser honesto não deve se constitui, nem mesmo na primeira qualificação de quem integra e/ou de quem pretenda integrar a nossa atividade política, simplesmente porque, ser honesto é uma obrigação.

Os desonestos têm preços, e quando os mesmos lhes são oferecidos, surge às negociatas, enquanto os honestos buscam preservar seus valores, suas virtudes cívicas e morais.

No troca-troca de acusações, uma de suas maléficas conseqüências têm sido o assassinato de reputações, pior ainda, quando denigrem a honra, a imagem e a privacidade de pessoas consideradas honestas e contra as quais nunca se encontrou uma única prova que possa desabonar as suas correspondentes condutas.

Certa vez, enquanto presidente do então PMDB, da nossa Câmara dos Deputados e da nossa Assembléia Nacional Constituinte, em sendo questionado sobre a baixa credibilidade do nosso poder legislativo, o saudoso Ulisses Guimarães respondeu: concordo, mas as nossas futuras representações serão ainda piores. Lamentavelmente, isto aconteceu.

Definitivamente, enquanto for mantida a nossa atual legislação político/partidária/eleitoral, não fará o menor sentido se falar em credibilidade dos nossos representantes políticos, estejam integrando quaisquer dos nossos poderes.

Como se tudo isto não bastasse, o nosso poder judiciário, em particular, o nosso STF-Supremo Tribunal Federal também vem se tornando alvo, e de forma freqüente, dos assassinos de reputações.

Em nome da liberdade de expressão, apenas das suas liberdades e em absoluto desrespeito a liberdade dos outros, sobretudo daqueles com os quais divergem, suas reputações são lançadas na lixeira da nossa história, não raro, de forma absolutamente irresponsável.

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