Atualizada em 11/05/2025 08:19
Por Cristiany Sales*
Em um cenário governamental cada vez mais dinâmico e complexo, a capacidade de antecipar e mitigar riscos emerge como um diferencial crucial para a eficiência e a sustentabilidade da gestão pública. O controle interno, tradicionalmente visto como um mecanismo de detecção de falhas e garantia da conformidade, transcende essa visão reativa ao se consolidar como uma ferramenta proativa e essencial para a tomada de decisão estratégica. Ao adotar uma abordagem de “gestão de riscos inteligente”, os órgãos governamentais podem não apenas se proteger contra potenciais ameaças, mas também identificar oportunidades e otimizar a alocação de recursos, pavimentando o caminho para decisões mais informadas e eficazes.
A implementação de uma gestão de riscos inteligente no âmbito do controle interno envolve a identificação sistemática dos riscos que podem impactar os objetivos organizacionais, a análise da probabilidade e do impacto desses riscos, e a definição de estratégias de mitigação adequadas. Essa abordagem proativa permite que os gestores tenham uma visão clara dos potenciais desafios antes que eles se materializem, possibilitando a implementação de medidas preventivas e a alocação de recursos de forma mais eficiente. Ao invés de apenas responder a problemas já existentes, o controle interno inteligente capacita a administração a agir de forma preventiva, minimizando perdas e maximizando resultados.
A tecnologia desempenha um papel fundamental na operacionalização da gestão de riscos inteligente. Ferramentas de análise de dados, inteligência artificial e sistemas de informação integrados permitem o monitoramento contínuo de indicadores de risco, a identificação de padrões e tendências, e a geração de alertas precoces. Essa capacidade de processar grandes volumes de informações de forma rápida e precisa oferece aos gestores insights valiosos para a tomada de decisão, permitindo que ajustem suas estratégias e alocações de recursos de forma ágil e informada. A automação de processos de controle também contribui para a redução de erros humanos e o aumento da eficiência na gestão de riscos.
A integração da gestão de riscos inteligente com os processos de tomada de decisão em todos os níveis da administração pública promove uma cultura organizacional mais consciente e responsável. Ao internalizar a análise de riscos como parte inerente do planejamento e da execução das políticas públicas, os gestores se tornam mais aptos a avaliar as potenciais consequências de suas decisões e a escolher as opções mais seguras e eficazes. Essa abordagem colaborativa, que envolve diferentes áreas e níveis hierárquicos, fortalece a capacidade do governo de responder de forma coordenada e eficiente aos desafios complexos que se apresentam.
Em suma, a evolução do controle interno para uma gestão de riscos inteligente representa um avanço significativo na busca por uma administração pública mais eficiente, transparente e resiliente. Ao adotar uma postura proativa na identificação e mitigação de riscos, e ao integrar essa análise ao processo de tomada de decisão, os governos podem não apenas proteger os recursos públicos e garantir a conformidade, mas também otimizar suas ações, alcançar seus objetivos de forma mais eficaz e construir um futuro mais seguro e próspero para a sociedade. A inteligência na gestão de riscos, portanto, não é apenas uma ferramenta de controle, mas um motor para a inovação e a excelência na gestão pública.
*Cristiany Sales é controladora interna da Agência de Negócios do Acre (Anac S.A.); pós-graduada em Auditoria Empresarial; Planejamento e Gestão; Pedagogia Empresarial com Ênfase em Gestão de Pessoas; Justiça Restaurativa e Mediação de Conflitos; graduada em Direito e Pedagogia.
[Agência de Notícias do Acre]