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sábado, 19 de abril de 2025
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Fundhacre comemora progressos e planeja entrega de nova UTI nas próximas semanas

Atualizada em 22/07/2024 09:28

A Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), localizada em Rio Branco, passou por uma série de melhorias nos últimos cem dias e a equipe projeta novos avanços para os próximos meses. Com um trabalho voltado à valorização do servidor e, principalmente, proporcionando melhor atendimento ao cidadão, os resultados são notáveis.

O governo do Estado, por meio da Fundhacre, vem traçando estratégias para diminuir a demanda reprimida de exames, consultas e cirurgias. Para isso, as mudanças começaram pela abertura de novos leitos, sendo cinco na ala geriátrica e quatro em uma das enfermarias da unidade. A melhoria foi alcançada graças às readequações, visando utilizar a capacidade máxima da unidade e, portanto, expandindo a capacidade de atendimento.

Entre os avanços obtidos, destaca-se a realização de mais de 1.400 cirurgias e as obras de adequação da UTI, que devem ser entregues nas próximas semanas. As intervenções estão a todo vapor e, quando concluídas, irão proporcionar melhor ambiente aos pacientes e também aos profissionais.

A entrega de novos equipamentos ao complexo hospitalar, visando aprimorar a assistência aos pacientes, também foi uma conquista significativa. O repasse no valor de R$ 635 mil em abril, por parte da Secretaria de Saúde (Sesacre), já foi aplicado, garantindo a abertura de duas novas salas cirúrgicas que estavam fechadas.

“São várias estratégias que adotamos, sob a liderança do governador Gladson Cameli e com apoio da Sesacre, por meio do secretário de Saúde Pedro Pascoal. Na verdade, são muitas mãos ajudando neste processo, porque a Saúde do Acre tem pessoas empenhadas em dar o seu melhor e a Fundhacre desenvolve um trabalho muito gratificante, pois permite que a gente esteja próximo aos cidadãos, que nos contam suas histórias, e a gente vê de perto a mudança na vida deles, a partir do nosso trabalho. Isso nos dá forças para continuar buscando melhorias, pois a gente sabe que nosso povo precisa e merece o melhor em saúde”, destaca a presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza.

Outra ação que tem transformado vidas é o mutirão Opera Mama, de reconstrução mamária com prótese. As cirurgias começaram em junho e estão sendo efetuadas semanalmente, devolvendo a autoestima a 29 mulheres, em sua maioria pacientes que superaram o câncer de mama. Para o desenvolvimento da ação, o governo do Estado conta com recursos federais destinados pela deputada Socorro Neri.

Ivonete Silva, de 50 anos e aposentada devido à doença, expressou alegria no lançamento da ação. “Estou me sentindo muito feliz, muito mesmo. Com a cirurgia, espero melhorar a minha autoestima. Apesar de não ter a minha mama, tenho um Deus na minha vida e já sou feliz. Mas aí já vai completar tudo, porque quando a gente veste uma roupa, tendo a mama, fica mais bonita. O importante é a vida, e a vida continua. Com Deus, a gente vence tudo. Não importa se perdeu um órgão ou outro, o importante é estar vivo”, relatou.

Moradora do Bujari, Luceide Bezerra, de 55 anos, já passou pela cirurgia. “Sempre tive vontade de colocar meu seio. E agora fui chamada nesse mutirão e tô aqui firme, forte, me recuperando. Quando perguntaram se eu queria [ser operada no mutirão], eu disse ‘quero, eu quero mesmo’. Eu abracei essa oportunidade”, destacou, e ficou ainda mais feliz ao saber que foi a primeira paciente operada no mutirão. “Só tenho a agradecer, primeiramente a Deus, e a eles por terem me acolhido. Estou me sentindo muito bem, muito bem acolhida. Fui bem atendida por todos, graças a Deus. Eu me sinto bem, muito lisonjeada por ter sido a primeira, pois a minha expectativa era enorme. Pense numa pessoa que estava assim, com ansiedade de ver chegar esse dia; graças a Deus, chegou”, comemorou a paciente.

E, para diminuir o grau de agressão ao corpo, sobretudo das pacientes de câncer de mama, recentemente a Fundhacre retomou o uso do aparelho Gama Probe, equipamento de alta tecnologia projetado para detectar com mais precisão as células cancerígenas, evitando incisões desnecessárias.

No sábado, 20, foi realizado ainda um mutirão de exames de imagem diminuindo drasticamente a demanda reprimida para os exames de endoscopia, eletroencefalograma com sedação, doppler arterial e venoso, ultrassonografia geral, eletrocardiograma com sedação, ecocardiograma e endoscopia. Também ocorreu um mutirão de cirurgias oftalmológicas e de vasectomia.

Nos próximos dias deve ter início também o mutirão de cirurgias ortopédicas, uma demanda recorrente da população.

Transplantes na Fundhacre fazem do Acre referência na Região Norte

Em depoimento que emocionou muitos, Rubens Maia, aos 79 anos, realizou no dia 11 de abril um dos maiores sonhos da sua vida: voltar a enxergar. O paciente recebeu novas córneas, pelo programa de transplante do governo do Acre, por meio da Fundhacre. Ao todo, são 29 pessoas que conquistaram um novo olhar com os transplantes de córnea, somente em 2024.

“No outro dia eu já tava vendo na televisão as cores, já via vermelho, preto, verde, branco. Antes eu não via nada disso e agora eu vejo até a minha mão aqui. Foi uma maravilha, uma bênção”, narrou Rubens.

O caso do idoso representa o impacto positivo do trabalho que é realizado na Saúde Pública do Acre. Os avanços seguem continuamente para proporcionar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) acesso de qualidade aos serviços oferecidos. Um exemplo do esforço e compromisso da gestão é a habilitação da Fundhacre para realizar transplantes de rim, concedida pelo Ministério da Saúde por meio da portaria Saes/MS Nº 1.782, de 27 de maio de 2024. Um marco para o Estado, que se fortalece como referência em transplantes na Região Norte.

A fila de espera por um novo rim está em processo de construção, mediante avaliação médica individual dos pacientes que fazem diálise no estado. Atualmente, a Fundhacre realiza transplantes de fígado e córnea. O complexo hospitalar possuía habilitação para transplante renal entre os anos de 2006 e 2019, tendo realizado 96 transplantes renais, 327 transplantes de córnea e 88 transplantes hepáticos, totalizando 515 procedimentos. Os resultados demonstram porque o Acre é uma referência na realização de transplantes, não apenas pelo número de procedimentos realizados, mas também pela sobrevida geral dos pacientes transplantados no estado.

“A habilitação é a conquista de um sonho que foi sonhado por toda uma equipe. Era um desejo nosso, com da Secretaria de Saúde do Estado e do governador Gladson Cameli, que o Acre voltasse a realizar os transplantes de rim. Felizmente, com a autorização do Ministério da Saúde, iremos transformar esse sonho em realidade muito em breve, com a primeira cirurgia para transplante de rim nas próximas semanas”, destaca a presidente Ana Beatriz Souza.

A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, Valéria Monteiro, relata que os pacientes já estão passando por avaliação médica e mesmo aqueles que fazem acompanhamento na rede particular de saúde devem procurar o serviço para se submeter à avaliação da equipe. “Agora estamos na fase burocrática, mas são passos importantes para garantir a segurança dos pacientes, ao passarem pelo procedimento. Aproveito para reforçar, a todos os pacientes ou familiares que possuam um ente querido passando por diálise ou que tenham alguma condição, que indiquem a necessidade do transplante de rim, que procurem o Serviço de Transplantes o mais rápido possível, de segunda a sexta-feira em horário comercial, pois quanto antes os pacientes passarem pela avaliação da equipe, mais rápido irão entrar na fila para receber um novo órgão”, frisa Valéria.

Com o sucesso do programa de transplantes do Estado, a Fundhacre está em busca de uma nova habilitação: a de transplantes ósseos. A novidade foi anunciada em primeira mão no GovCast, o podcast oficial do governo do Estado. A expectativa da gestão é que a habilitação seja concedida nos próximos meses, com as primeiras cirurgias sendo realizadas ainda em 2024. “Depois da base feita, da nossa rede de transplantes realizada e de a gente ter conseguido fechar esse fluxo, estamos batalhando agora por essa modalidade de transplante, que também vai ser muito importante para a população acreana. Rondônia já faz e, inclusive, o médico responsável técnico da Fundação é que está à frente em Rondônia; então, esse transplante de tecido ósseo vai propiciar que os pacientes talvez não precisem de cirurgias ortopédicas, porque terão a oportunidade de fazer o transplante”, explicou.

Além das cirurgias de transplante executadas regularmente na Fundhacre, outros procedimentos de alta complexidade também representam um marco importante, uma vez que, no passado, eram inviáveis na região. A equipe médica da Fundhacre, treinada e capacitada, tem realizado procedimentos de ponta, aumentando as chances de recuperação dos pacientes e reduzindo a necessidade de transferências para grandes centros, a exemplo das cirurgias bucomaxilofaciais, entre outras.

[Agência de Notícias do Acre]

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