Atualizada em 02/04/2024 11:12
Como eleitor eu já tinha escolhido JK como o meu candidato à presidente nas eleições de 1965.
Se não extraordinariamente exitoso, o então presidente Juscelino Kubitschek, entre os anos 1950 e 1960, havia feito uma gestão bem acima da média e o tornara candidato a retornar ao poder nas eleições presidenciais que ocorreriam em 1965, embora outros quatro candidatos, com bastante musculatura eleitoral, também buscassem se viabilizar. Dito alguns deles: Carlos Lacerda, Leonel Brizola, Jânio Quadros e Miguel Arraes.
Como resultado das eleições de 1960, Jânio Quadros sagrou-se vencedor, embora o seu companheiro de chapa, Milton Campos não tenha conseguido se eleger, e por quê? Porque àquela época, não havia a vinculação ora existente, ou seja, ao se votar no candidato à presidente vota-se também no seu correspondente candidato a vice. Resultado: João Goulart, o vice da chapa adversária, acabou se elegendo.
No exercício do poder, dado a renúncia do então presidente Jânio Quadros, a nossa presidência passou a ser exercida pelo então vice-presidente João Goulart, tido a havido pelos militares, como simpático ao regime comunismo, condição até hoje bastante contestada, embora tenha sido o motivo que determinou a revolução de 1964 e no impedimento das eleições de 1965.
Em 1964 houve um golpe de Estado como dizia, à época os defensores do então presidente Jango, ou uma revolução cívico/militar que iria nos afastar do comunismo?
Até hoje, em razão das múltiplas interpretações que são tornadas públicas, a respeito da revolução de 1964, não tem faltado àqueles que acusam que passamos por um golpe de Estado, sobretudo, por nos encontrarmos num ambiente altamente intoxicado, do ponto de vista político, isto como conseqüência da nossa odiosa polarização, na qual, o atual presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro são tidos como heróis, mitos ou salvadores da pátria. Como não cultuo esta polarização, resta-me dizer e com bastante razoabilidade, por que isto aconteceu.
Com a legislação eleitoral que dispomos, a ponto de permitir que nas nossas Casas legislativas se façam presentes representantes de mais de 20 partidos distintos, não há democracia que resiste e nenhuma governança que seja exitosa.