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Eu ou ele

Atualizada em 09/07/2024 09:28

  Urge que saímos da presente e nociva polarização  política, porquanto não precisamos de heróis.

             O nascimento e a morte dos nossos partidos políticos têm acontecido com tanta freqüência que já nos levou a crer que, enquanto instituições necessárias ao fortalecimento da nossa e de qualquer democracia, no nosso país, nossos partidos políticos tem se prestado tão somente para atender os conchavos de últimas horas. Pior ainda: em nome de um heroísmo que jamais existirá, afinal de contas, bem disse Bertolt Brecht: “Miserável é o país que precisa de heróis”.

            Eu, particularmente, nunca pus e jamais porei o ex-presidente Jair Bolsonaro e nem o nosso atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva nesta conta e para não correr o risco de me contradizer e/ou até mesmo de me decepcionar, em princípio, todos os meus heróis encontram-se mortos.

          Para minha decepção e em desfavor da nossa democracia, os nossos partidos políticos se transformaram em legendas de aluguel, e não por acaso, a disposição das mais espúrias negociatas.

         Qual a explicação que possa justificar a eleição do então presidente Fernando Collor de Melo à presidência da nossa República, filiado a um partideco apelidado de PRN, bem como a eleição de Jair Bolsonaro, igualmente, à nossa presidência, filiado ao PSL, outro partideco apelidado de PSL? A propósito, PRN e PSL, encontram-se depositados no mesmo cemitério para onde são levados todos os nossos ocasionais partidos.

      Presentemente, no nosso país, a nossa polarização política não tem motivação partidária, e sim pessoal. Nos EUA, por exemplo, a sua polarização acontece entre o partido democrata e o partido democrata, mas cá entre nós continua prevalecendo a polarização Lula/Bolsonaro.

      Se os maus exemplos deveriam se prestar como lição, ou mais precisamente, para que os mesmos não sejam repetidos, por que Collor e Bolsonaro conseguiram se eleger presidente da nossa República sem contar com um único dos nossos mais de 5.500 prefeitos?

      Ainda assim, tanto o lulismo quanto o bolsnarismo já se tornaram as principais referências para que os nossos eleitores escolham os nossos futuros prefeitos. Para tanto basta que vejamo s o que já está acontecendo na disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo.

     Se maldita é a nação que precisa de heróis, pelo andar das nossas carruagens e como já sabemos a quem interessa e a quem vem dentro delas, iremos chegar às eleições de 2026 com a nossa polarização política cada vez mais acirrada, até porque, dada a pobreza da nossa estrutura partidária, estaremos obrigados a prestigiar o candidato que melhor souber se apresentar como herói.

   No país do ele ou eu, só nos restará esperar pela maldição.

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