Atualizada em 15/01/2025 09:28
A estudante Tayla Paulino Sales Kaxinawá, da Escola Estadual Jairo de Figueiredo Melo, localizada no município de Jordão, no interior do Acre, alcançou a marca de 920 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. O resultado posiciona Tayla, de 18 anos e pertencente à etnia Kaxinawá, como uma das melhores colocadas no estado na edição deste ano.
O Enem 2024, considerado a principal porta de entrada para o ensino superior público no Brasil, desafiou os participantes com 180 questões e uma redação sobre o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Tayla superou a média nacional de redação, que foi de 660 pontos, com um desempenho que reflete sua dedicação aos estudos e sua superação diante de adversidades.
Rotina de estudos e apoio docente
Segundo Tayla, sua preparação foi intensa. Durante cinco meses, ela seguiu um cronograma que incluía videoaulas, resumos e aulões do projeto Pré-Enem Legal. Além disso, nos últimos meses, resolveu cinco provas anteriores do Enem e treinou redação semanalmente. O incentivo do professor de língua portuguesa, Yan Dias, foi essencial: ele reforçou bastante a produção textual, auxiliando Tayla a alcançar a excelência.
“Tive que pausar os estudos por duas semanas para uma viagem, mas voltei ainda mais focada. Treinei redações sobre temas possíveis até o dia da prova”, relatou Tayla.
Mesmo com toda a preparação, a jovem ficou surpresa com o resultado. “Sabia que ia tirar uma boa nota, mas não imaginava que seria tão alta. Estou muito feliz por ter conseguido. Temos que superar as adversidades para realizar nossos sonhos”.
Superação e conquista
A trajetória de Tayla é um exemplo de resiliência. Durante a infância, sofreu preconceito e bullying por ser indígena, a ponto de seus pais considerarem tirá-la da escola. No entanto, sua determinação a levou a persistir e transformar desafios em motivação.
Hoje, Tayla comemora não apenas o resultado do Enem, mas a chance de realizar seu sonho de cursar Medicina. Sua conquista é um orgulho para o Jordão, um município de difícil acesso a 839 km de Rio Branco, onde só é possível chegar de avião ou barco, e também para todo o estado do Acre, que celebra o poder transformador da educação.
[Agência de Notícias do Acre]