Atualizada em 22/03/2025 14:34
Nos Estados Unidos após pedir licença da Câmara, o deputado
federal Eduardo Bolsonaro quer atrair o presidente Donald Trump para o
‘ringue’ de narrativas da direita do Brasil, mas tem também um plano B no país,
analisou o professor e analista político Beto Vasques em comentário no UOL
News da manhã deste sábado (22).
“No ponto de vista internacional, o Eduardo Bolsonaro funciona como um ‘filho
pomada’, um filho para uso externo. Ele nos Estados Unidos tem dois grandes
objetivos. Um primeiro objetivo, um plano A, seria atrair o Trump para o
ringue. Esse é o grande desafio do Eduardo Bolsonaro.”
“Ele é próximo ao Steve Bannon, a setores do ‘Make America Great Again’, e
ele vem por aí de uma forma muito incisiva, há muito tempo, não só ele,
como uma parte grande do bolsonarismo, tentando pressionar os
congressistas mais recalcitrantes do trumpismo a aderirem à tese de que no
Brasil a gente vive numa ditadura da toga, que o STF e o Xandão estão
perseguindo o Bolsonaro.”
“Então eles estão construindo uma narrativa que não existe liberdade de
expressão. Essa narrativa é para ver se consegue atrair mais setores dos
congressistas norte-americanos para que esses possam ajudar a família
Bolsonaro a pressionar o Trump para que ele tome cartas no assunto e ajude
a família Bolsonaro no Brasil.”
– Beto Vasques
Eduardo anunciou na última terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato de
deputado e continuar nos Estados Unidos, por meio de vídeo publicado em
suas redes sociais. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que continuará
no país para buscar punições contra o ministro Alexandre de Moraes. Ao fazer
o anúncio, o político disse também que não irá receber o seu salário como
parlamentar.
O especialista da FESPSP Beto Vasques seguiu a análise ao Canal UOL e
apontou um plano B de Eduardo Bolsonaro nos EUA, caso a primeira estratégia
citada não funcione.
“Se esse plano não funcionar, esse plano de embaixador do Bolsonaro e do
golpe nos Estados Unidos, o Eduardo Bolsonaro tem um plano B, que seria o
de defender o futuro seu e da sua família. Então ele funciona também como
uma sorte de precursor.”
“Ele está lá abrindo o caminho logístico, econômico, político, para que o pai e
os irmãos, se necessário, possam receber o asilo político dourado nos
Estados Unidos, no caso de condenações no Supremo, e eles possam ter
uma vida mansa.”
“Por isso o Eduardo Bolsonaro já abriu uma holding e está com esse papel de,
por um lado, ser embaixador do golpe, tentar trazer o pai de volta ao poder,
trazer o Trump para o seu lado, ou, na pior das hipóteses, garantir um asilo
político dourado para a família Bolsonaro.”
– Beto Vasques
UOL