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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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E se os Estados Unidos resolverem usar a força militar contra o Brasil?

Bloqueio de Santos? Ataque a favela? O que o abraço de Trump em Lula pode esconder
Imagem: UOL

(Por Nelson de Sá – Colunista do (UOL), em Pequim)

Enquanto Donald Trump abraça Lula e combina conversa, ele prepara um ataque à Venezuela, vizinha do Brasil. Analistas estratégicos brasileiros como o coronel Paulo Filho e o cientista político Maurício Santoro olham com preocupação o acúmulo de forças norte-americanas no entorno sul-americano.

A presença de dez caças F-35, um submarino nuclear, três contratorpedeiros e 4.000 fuzileiros navais, no entender de ambos, não indica apenas operações policiais contra o tráfico venezuelano de drogas. Uma ação maior, como se viu no ataque ao Irã, pode estar próxima.

No rastro de uma retomada dessas intervenções na América Latina, a atenção inclui o Brasil. Paulo Filho conversou com o UOL durante o Fórum Xiangshan, que reuniu militares de mais de cem países em Pequim, encerrado no último final de semana.

Lembrou que Washington declarou grupos de traficantes venezuelanos como terroristas, justificativa para ações como o bombardeio de três barcos. “E se o PCC for considerado terrorista?”, perguntou, vislumbrando incredulamente um ataque a favela em São Paulo.

Estados Unidos enviaram navios de guerra para costa da Venezuela
Imagem: Reprodução | ‘X’: @USNavy

Santoro, que é professor no Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha e já
participou do Fórum Xiangshan, vai além. Como a Casa Branca fez “uma ameaça de
que força militar pode ser usada contra o Brasil, está na hora de começar a pensar o
inimaginável”.

Ele se refere à porta-voz Karoline Leavitt, que afirmou, ao ser questionada sobre Jair
Bolsonaro e supostas ameaças à liberdade de expressão no Brasil: “O presidente não
tem medo de usar o poderio militar dos Estados Unidos da América para proteger a
liberdade de expressão”.

Paralelamente, segundo veículos como O Estado de S. Paulo, o comandante do
Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, está sob risco de ter seu visto cassado
pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

“Se essa esquadra que os americanos concentraram no Caribe navegar rumo ao Sul, ela poderia, tranquilamente, bloquear os portos de Santos, de Paranaguá e asfixiar o comércio exterior brasileiro.”

-Maurício Santoro, cientista-político

A preocupação não se limita à costa brasileira. A tensão crescente em áreas como o Mar do Sul da China, por onde passa a maior parte das exportações brasileiras para o Leste Asiático, requer mais articulação estratégica do país, acredita o cientista político.

Entre os 1.800 participantes do Fórum Xiangshan estavam os chefes de Estado-Maior das Forças Armadas do Brasil e da Argentina, além da ministra de Defesa do Uruguai. Também americanos como o ex-fuzileiro naval Chad Sbragia, que foi assistente para China no Departamento de Defesa, no primeiro governo Trump.

Ele falou ao UOL ter vindo ao fórum para enfatizar a necessidade de diálogo, mensagem repetida nesta semana por parlamentares americanos da comissão de defesa da Câmara, em reuniões com o primeiro-ministro e o ministro da Defesa da China, em Pequim.

O foco norte-americano na América do Sul, apontado por Paulo Filho e Santoro, coincide com o recuo dos EUA noutras áreas, China inclusive.

Segundo o noticiário em Washington, o estrategista-chefe do agora rebatizado Departamento de Guerra, Elbridge Colby, privilegia o Hemisfério Ocidental, as Américas.

Quase todos os 800 militares em posto de general do país foram convocados pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, para uma reunião “urgente” na próxima terça na capital, quando seria apresentada a nova Estratégia de Defesa Nacional de Colby, com prioridade para o chamado quintal.

 

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