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sábado, 19 de abril de 2025
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E o que fazer?

Atualizada em 14/02/2025 09:52

        Os ditadores impõem que os outros façam, o que eles impõem, mas não o  que eles fazem

          A importância, diria até, a beleza de uma democracia, reside no seguinte fato: a liberdade que tem os seus cidadãos de poderem questionar, e até mesmo criticar, àqueles que se encontram instalados nos seus altos escalões de poder. Este é o principal direito conferido pelas democracias, desde que tais questionamentos e críticas não ameacem, e em particular, não agridam a honra daqueles que tornam-se seus alvos,  isto porque, a contrapartida da liberdade vem ser a sua responsabilidade.

        Nos regimes autoritários, ou mais precisamente, nas ditaduras, àqueles que vierem se insurgir contra os detentores de poder, mais cedo do que tarde, são prontamente eliminados, e não raramente, com suas próprias vidas, mas nas democracias não. E ainda acrescento: nas democracias os maus gestores não só devem como precisam ser afastado do poder, seguindo o ritual que a própria democracia prescreve.

        Sem entrar no mérito, na vigência de nossa atual constituição, dois dos nossos ex-presidentes, Fernando Collor e Dilma Rousseff, foram afastados do poder, via impeachment, e na nossa própria democracia, o mesmíssimo instrumento continua prevalecendo, conquanto o mesmo seja cuidadoso e democraticamente aplicado.

         Não apenas pelo que veio ocorrer no dia 08/01/2023, sim e também, pelo que já havia acontecido anterior e posteriormente, negar que houve no nosso país, uma tentativa de golpe, é negar o óbvio, ou  como diria Nelson Rodrigues, o ululante.

          Não sou lulista e nem bolsonarista, tanto são sou que, na medida do possível, sempre tenho me colocado contrário a odiosa polarização que ora vivenciamos. Ainda acrescento: na atividade política, na nossa e em qualquer outro país do mundo, só após suas mortes poderemos considerar àqueles que fizeram por merecer a honrosa condição de herói. Na África do Sul, Nelson Mandela, fez por onde ser tratado como herói.

          Cá entre nós, quando percebo a acirrada disputa pelo poder, só e somente só, pelo poder, chego a me desanimar quando o atual presidente Lula busca exercer um 4º mandato, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, a despeito de sua inelegibilidade, insiste em voltar ao poder.

          No nosso país, não menos preocupante tem sido o tratamento que os nossos representantes políticos, particularmente, os bolsonaristas tem dado ao nosso STF-Supremo Tribunal Federal, exatamente o poder que nas melhores democracias do mundo, arbitra os conflitos advindos dos seus dois outros poderes: o executivo e o legislativo.

            Que das eleições de 2.026 resulte o fortalecimento e não o enfraquecimento da nossa democracia, é o que resta esperar.

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