Imagem: Reprodução do Vídeo
Por Letícia CasadoColunista do UOL
A megaoperação no Rio contra lideres de facção escancarou as diferenças entre os
discursos da direita e da esquerda na área de segurança pública, colocou em evidência
os presidenciáveis de oposição a Lula e tirou a família Bolsonaro do centro do debate
político.
Um grupo de governadores articula um movimento para unificar um posicionamento
sobre o tema, a favor da ação de Cláudio Castro (PL) no Rio. O bloco conta com précandidatos à Presidência da República: Ronaldo Caiado (União), de Goiás, Romeu
Zema (Novo), de Minas Gerais, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo,
Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul.
Nenhum integrante da família Bolsonaro está à frente do Executivo nos estados, o que
automaticamente deixou o clã de fora do centro das discussões.
O resultado é que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que já vinha perdendo apoio
no universo da política, saiu do foco do debate público, cujo foco agora tende a se
consolidar em torno da segurança pública.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, diz que a estratégia da direita para o
nome presidenciável em 2026 ainda não foi definida.
“Tem hora que eu escuto que talvez a estratégia seja não lançar só um candidato da
direita. Mas, sim, pulverizar em dois ou três”, afirma.
Ainda que publicamente lideranças da direita insistam que Jair Bolsonaro (PL) é o nome
para concorrer em 2026, em conversas reservadas os políticos sabem que ele
continuará inelegível no próximo ano. E, por isso, trabalham nos bastidores para
viabilizar outras alternativas, sendo o governador de São Paulo o principal nome.
Ou seja, a menos de um ano da eleição presidencial, a direita abraça a pauta da
segurança pública para chamar de sua e consegue um caminho para sair da sombra do
bolsonarismo.

