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quarta-feira, 14 de maio de 2025
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Democracia à brasileira

Atualizada em 27/01/2025 09:16

   A nossa odiosa polarização, por sê-la de natureza  pessoal, já envenenou todo o nosso sistema político

             Posso até está equivocado, mas nas minhas simplórias avaliações tenho chegado a mesma conclusão: nem o pró-lulismo e nem o pró-bolsonarismo existem, sim e tão somente, àqueles que são radicalmente contrários a um, ou ao outro. Assim sendo, sequer estão buscando encontrar seus presumíveis heróis, mas sim, seus anti-heróis.

               Se maldito é o país que precisa de heróis, pior será àquele ou àqueles que insistem em fabricar seus heróis e anti-heróis. Portanto, não basta o fato do atual presidente Lula, encontrar-se no poder e pela terceira vez, para o consagrá-lo como herói, tampouco que esta consagração possa ser atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

              Se para os lulistas o ex-presidente Jair Bolsonaro é um genocida, ou seja, responsável pela maioria das 700.000 mortes decorrentes da Covid-19 e mais ainda, um golpista, em resposta, os bolsonaristas acusa o atual presidente Lula de ser o maior e mais emblemático corrupto da nossa história. Se assim rotulados, jamais poderemos tê-los como heróis.

           Decerto uma coisa: não poderemos chegar à disputa presidencial de 2.026 envolvido no radicalismo político que ora nos encontramos, quando não, ainda pior, afinal de contas, a beligerância que tomou de conta do nosso ambiente político não nos prometer boas coisas.

        Enquanto continuarmos assistindo a desenfreada degradação da nossa atividade política, democraticamente, não evoluiremos. Bem à propósito, desde a nossa mais recente redemocratização, esta por sua vez, fundada na nossa atual constituição, que o nosso sistema só tem, partidariamente, se anarquizado e o jogo que passou a ser jogado não poderia ser outro, a não ser, o que ora testemunhamos, o estabelecimento do chamado toma-lá-dá-cá.

          Nossos partidos foram transformados em moeda de troca e o preço de cada um passou a ser a determinado pela quantidade dos seus parlamentares, particularmente, dos seus deputados federais e senadores. Mas como o nosso Congresso Nacional é constituído por representantes de mais de 20 partidos políticos, cada um deles passaram a valer pelas quantidades de seus parlamentares.

            Os ex-presidentes “Fernando Collor e Dilma Rousseff”, tiveram igual fim, ou seja, seus correspondentes impeachments, justamente por não terem sabido jogar o jogo que já estava sendo jogado. FHC, Lula, Temer e Bolsonaro, nesta ordem crescente, só conseguiram sobreviver porque, embora muitíssimo a contragosto, se submeteram as indecentes e imorais proposições que partiram daqueles que se diziam os nossos legítimos representantes.

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