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Defesa de suspeito de atropelar e matar advogada no Acre confirma que ele vai se entregar nesta semana: ‘Estava em pânico’

Publicado em 24/06/2025

O advogado Felipe Muñoz, responsável pela defesa de Diego Luiz Gois Passo , suspeito de atropelar e matar a advogada Juliana Chaar na madrugada do último sábado, 21, após uma briga em uma casa noturna , confirmou na manhã desta terça-feira, 24, que seu cliente deve se entregar à polícia ainda nesta semana.

Juliana foi atropelada após uma briga generalizada. A confusão teve início dentro do estabelecimento, onde dois grupos iniciaram um desentendimento ainda na madrugada. Ao deixarem o local, por volta das 4 horas, a discussão evoluiu para agressões físicas, disparos de arma de fogo efetuados por um outro advogado , amigo de Juliana, identificado como Keldheky Maia ,e, por fim, o atropelamento que a vitimou.

“Ele vai se apresentar nessa semana ainda, independente de qualquer questão”, afirmou Muñoz. Segundo o defensor, a apresentação faz parte de uma estratégia para garantir que Diego responda ao processo em liberdade. “As tratativas dessa apresentação já foram iniciadas”, disse. “Nós protocolamos um contramandado ontem (segunda-feira, 23) pela manhã”, explicou, referindo-se a um pedido similar à revogação da prisão temporária decretada contra Diego Luiz.

‘Reação instintiva de fuga’, diz defesa

A versão apresentada pela defesa de Diego indica que a tragédia teria começado após um desentendimento em um bar. “Foi um conflito que se iniciou dentro da dependência do Dibuteco e ganhou forma novamente fora do estabelecimento”, explicou o advogado. Ele relatou ainda que uma arma de fogo foi vista no momento da confusão, o que teria provocado uma reação instintiva de fuga por parte de Diego.

“O Diego, quando viu a arma na direção dele, com um disparo sendo efetuado, como qualquer pessoa, procurou se sair da zona de risco. Procurou sobreviver”, enfatizou, acrescentando que Diego entrou no carro, se abaixou e acelerou. “Ele estava em pânico. Foi um momento de desespero.”

Ainda segundo a defesa, o suspeito teria tentado voltar para verificar o que havia acontecido. “Mas quando ele viu a aglomeração de pessoas e ainda pessoas armadas, ele ficou em choque. Foi o fator do ‘ar em silêncio’, como ele mesmo descreveu.”

Defesa técnica e perícia

Felipe Muñoz reforçou que Diego está disposto a colaborar com as investigações e a apresentar o carro para perícia. “Isso vai ajudar tanto a defesa como a acusação”, explicou. “A nossa defesa ainda está em fase inicial.”

O advogado destacou que o cliente tem bons antecedentes e nunca teve envolvimento anterior com a Justiça. “O Diego é primário. Por isso, acredita que medidas cautelares, como uso de tornozeleira ou proibição de sair da cidade, devem ser suficientes. Acreditamos que o juízo vai acabar acatando isso, porque ele preenche os requisitos.”

Muñoz finalizou destacando que a defesa será feita com respeito à vítima. “Não temos intenção de atacar ou ofender ninguém. Nossa postura é técnica, responsável e humana”, disse. “Diego está muito abalado. Lamenta profundamente o que aconteceu.”

Investigação

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 23, o coordenador do Departamento de Investigações Criminais (Deic), delegado Pedro Paulo Buzolin, disse que o caso, inicialmente, foi encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla), quando uma pessoa , o amigo de Juliana, Keldheky Maia , foi preso por porte ilegal de arma de fogo. No local, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra as pessoas envolvidas nas agressões físicas.

“Em seguida, a DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) tomou posse da investigação e diversas diligências estão sendo realizadas, inclusive o autor dos fatos já foi identificado e possivelmente será preso em breve”, afirmou o delegado, acrescentando que o nome não deve ser divulgado no momento. “Mas as diligências estão em uso para a gente tentar localizá-lo. Ele se encontra foragido e estamos em busca de localizá-lo.” Ainda segundo o delegado, a arma usada por Keldheky Maia não foi localizada.

Após análise de vídeos da cena, o delegado informou que o advogado Keldheky poderá responder por tentativa de homicídio.

Buzolin também confirmou que não há perfurações de arma de fogo no corpo de Juliana Chaar e que a causa da morte foi o atropelamento.

Prisão temporária e apreensão de dispositivos

Em decisão proferida pela Vara Estadual do Juiz das Garantias, o juiz Robson Aleixo decretou, além da prisão temporária por homicídio doloso qualificado, a busca e apreensão domiciliar e a quebra do sigilo telemático do suspeito. A medida visa à coleta de provas armazenadas em aparelhos eletrônicos.

O magistrado autorizou acesso irrestrito a dados de celulares, computadores e outros dispositivos que forem apreendidos — incluindo mensagens, áudios, vídeos, chamadas telefônicas, registros de localização e histórico de navegação, abrangendo o período entre os dias 20 e 22 de junho.

“O objetivo é garantir a preservação de provas que possam demonstrar a premeditação, as circunstâncias do crime ou ações posteriores à sua consumação”, destacou Aleixo. A decisão também menciona que imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas, inclusive do gerente do bar, indicam que o investigado teria usado intencionalmente uma caminhonete Hilux para atingir a vítima.

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