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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Crise do metanol: preso por falsificação manipulava mais de 10 mil garrafas por mês

Suspeito foi encontrado na região da Brasilândia, zona norte da capital. Foto: Deic/Polícia Civil

Por Ítalo Lo Re – (Estadão)

Investigações apontam que, depois de organizar os vasilhames de gim, vodca e uísque, suspeito repassava as garrafas; defesa não foi localizada

Bebida falsa: Homem é preso sob suspeita de integrar esquema de falsificação de gim, vodca e uísque

 

Veja alguns dos materiais encontrados. Crédito: Deic/Polícia Civil

O homem preso em flagrante nesta sexta-feira, 3, sob suspeita de ser um dos principais fornecedores de insumos usados para a falsificação de bebidas alcoólicas destiladas em São Paulo manipulava mais de 10 mil garrafas por mês, segundo estimativa da Polícia Civil.

Ilson de Sales do Amor Divino, 50 anos, foi localizado na região da Brasilândia, zona norte da capital. A defesa dele não foi localizada.

As investigações apontam que, depois de organizar os vasilhames de bebidas como gim, vodca e uísque, ele repassava as garrafas para endereços distribuídos principalmente no interior do Estado, onde estariam os responsáveis por realizar o envasamento.

Uma vez prontas, as garrafas com bebidas adulteradas finalmente eram enviadas para serem comercializadas em estabelecimentos da Grande São Paulo, incluindo bares e restaurantes na capital e em cidades no ABC.

O Ministério da Saúde confirma 113 casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica até esta sexta-feira, 3, segundo os dados enviados pelos Estados. Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram os primeiros casos em investigação. Em todo o País, são 11 casos confirmados e 102 em investigação.

Do total de 113 notificações por esse tipo de intoxicação, 101 são em São Paulo (11 confirmados e 90 em investigação), 6 casos em investigação em Pernambuco, 2 em investigação na Bahia e no Distrito Federal, e 1 caso está sendo investigado no Paraná e Mato Grosso do Sul.

Dessas notificações, 12 são de óbitos. Um óbito confirmado no Estado de São Paulo e 11 estão sendo investigados (8 em SP, 1 em PE, 1 na BA e 1 no MS).

As investigações apontam que ainda não dá para saber se o esquema que teria Ilson como integrante é o mesmo que resultou na intoxicação de consumidores em São Paulo, mas o caso é tratado como “grande”.

“Tudo indica que está relacionado. Não dá para se assegurar, mas há grandes expectativas de fechar essa questão”, afirma ao Estadão Paul Verduraz, delegado da Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos (Divecar), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Segundo ele, o homem preso nesta sexta já era monitorado por esse tipo de atividade criminosa e é uma peça fundamental no esquema de adulteração. O Estadão teve acesso a uma espécie de fluxo montado pelas investigações (veja imagem abaixo).

“Ele armazenava muitas garrafas originais dessas bebidas alcoólicas, importadas, e também outros elementos que são utilizados na confecção dessas bebidas, como tampas e rótulos”, afirma Verduraz.

Conforme a Polícia Civil, ao menos dois imóveis seriam usados por Ilson para armazenar o material a ser usado nas adulterações. Os locais serviriam de base também para distribuir os produtos aos revendedores.

Imagens obtidas pela reportagem mostram que as garrafas apreendidas são de produtos destilados, como vodca, gim e uísque – não foram encontrados líquidos nos locais alvos da operação.

Os locais que revenderiam as bebidas seriam os mesmos onde os vasilhames eram obtidos. “Ele (Ilson) admitiu que recolhe essas garrafas nos exatos locais onde essas bebidas são posteriormente vendidas, que são adegas, baladas e bares, as limpa e depois as repassa para os locais onde elas são envasadas de forma ilegal”, diz Verduraz.

Como mostrou o Estadão, uma das principais linhas de investigação é a de que o metanol pode ter sido usado na limpeza das garrafas. A informação foi confirmada pelo delegado. “A gente já tem informações de que o metanol pode ter sido utilizado na limpeza dessas garrafas, no mínimo”, afirma Verduraz.

Segundo ele, o objetivo agora é analisar o material apreendido, o que inclui celular e computadores, para chegar a outros nomes. Além de entender se esse mesmo esquema também pode ter resultado em casos de intoxicação em outros Estados, já que algumas bebidas também são vendidas na internet.

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