Atualizada em 19/06/2024 16:49
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5%. Com isso, o colegiado interrompe um ciclo de sete cortes consecutivos iniciados em agosto do ano passado. A decisão. amplamente esperada pelo mercado, marca uma mudança significativa em relação ao cenário previsto até alguns meses atrás, quando a expectativa era que a Selic terminasse o ano entre 9% e 9,5%.
A piora nas expectativas de inflação, com o IPCA de maio vindo acima do esperado e a aceleração nos núcleos, especialmente no setor de serviços, alimentado por um mercado de trabalho aquecido, gerou novas preocupações no Banco Central.
O cenário fiscal também é motivo de alerta. O governo ainda não conseguiu aprovar no Congresso uma medida para compensar a desoneração da folha de pagamentos.
Uma das propostas enviadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi limitar o uso de créditos do PIS/Cofins, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu a proposta, rejeitando seu uso para aumentar a arrecadação. O governo, comprometido em zerar o déficit no próximo ano, busca alternativas para elevar a arrecadação,
enfrentando já o custo de 26,3 bilhões de reais da desoneração. A projeção inicial era de um superávit de 0,5% do PIB, mas o governo revisou essa meta para um déficit zero, igualando a meta já estabelecida para 2025.
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