O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) desempenha um papel estratégico no acompanhamento dos indicadores ambientais do estado. Entre os dados mais expressivos está a redução de 94% na concentração de poluentes atmosféricos registrada nos três primeiros dias de setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.
Em 2024, diversas cidades do Acre ficaram encobertas por fumaça nos primeiros dias de setembro, levando o governo a emitir alertas e cancelar o tradicional desfile de 7 de setembro. Naquele período, a média de concentração de material particulado PM2.5 chegou a 234 μg/m³, classificando a qualidade do ar como péssima.
Já em 2025, no mesmo intervalo de três dias (1º a 3 de setembro), a média observada foi de 12,61 μg/m³, enquadrando a condição do ar como boa, dentro da faixa de 0 a 25 μg/m³.
O mês de agosto também apresentou queda significativa na poluição atmosférica. A média mensal de material particulado PM2.5 foi de 13,70 μg/m³, bem abaixo dos 41,65 μg/m³ registrados no mesmo período de 2024. Esse resultado reforça a tendência de melhoria contínua nos indicadores de qualidade do ar em 2025.
Essa melhoria tem impacto direto na saúde da população. Com menos partículas em suspensão no ar, o risco de doenças respiratórias é reduzido, aumenta-se a segurança para grupos mais vulneráveis como crianças e idosos, melhora a visibilidade e o conforto ambiental. Acima de tudo, esses dados indicam que as ações de prevenção e controle da poluição estão surtindo efeito.
Para o governador Gladson Camelí, os indicativos refletem uma política pública voltada garantir a saúde da população, além das causas ambientais.
“Os dados mostram uma melhoria significativa na qualidade do ar neste início de setembro, com uma redução de 94% na poluição em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso é resultado direto do esforço conjunto que temos feito com todos os órgãos responsáveis, desde a Defesa Civil até as secretarias ambientais e forças de segurança. O cenário crítico de 2024, com cidades encobertas por fumaça e impactos severos à saúde da população, não pode se repetir. Estamos atuando firmemente no combate aos crimes ambientais, como o desmatamento e as queimadas ilegais, e reforçando ações de prevenção, fiscalização e educação. Nosso compromisso é garantir a segurança das pessoas e proteger o nosso patrimônio natural, que é a floresta.”
Chuvas acima do esperado
De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), as temperaturas da superfície do mar (TSM) no Pacífico Equatorial seguem dentro da faixa de normalidade na região do Niño 3.4. Os modelos de previsão indicam a manutenção desse padrão ao longo do trimestre de setembro, outubro e novembro.
No Atlântico, a tendência é de que águas anomalamente aquecidas se concentrem no Atlântico Norte, o que deve deslocar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para latitudes mais ao norte em relação à climatologia. Além disso, projeta-se uma transição gradual entre a estação seca e a chuvosa, com aumento na frequência de pancadas de chuva, especialmente no sudoeste da região.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê o possível retorno do fenômeno La Niña a partir de setembro, o que pode influenciar significativamente os padrões climáticos globais. Apesar da tendência de resfriamento associada ao fenômeno, as temperaturas médias do planeta devem continuar acima da normal climatológica.
Diante de tais condições, o prognóstico climático para o trimestre setembro, outubro e novembro de 2025 é de chuvas abaixo da média no Amapá e na faixa norte dos estados do Pará e Maranhão. Acima da média no Acre, sudoeste do Amazonas, oeste e sul de Rondônia e sudoeste do Mato Grosso. Dentro da normalidade nas demais áreas da Amazônia Legal.
[Agência de Notícias do Acre]

