Com apoio do Conass, Estado finaliza projeto de criação da Escola de Saúde Pública do Acre

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), realizou nessa quinta-feira, 24, e sexta-feira, 25, a última etapa da oficina para a criação da Escola de Saúde Pública do Acre. O evento, que teve como objetivo discutir os ajustes finais para a implantação da instituição de ensino, um importante passo para garantir a qualificação da assistência oferecida aos acreanos, marca o início de um novo momento para os profissionais da rede estatal.

A existência de instituições voltadas à formação de profissionais é fundamental em um estado onde a maior parte da população é usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). É nesse cenário que se destacam as escolas estaduais públicas de saúde, pois são centros de ensino e capacitação que têm como missão principal preparar trabalhadores para atuar com qualidade e compromisso social no atendimento à população.

Após os dois dias de oficinas, os participantes concluíram o trabalho de construção e entregaram o projeto final da Escola de Saúde Pública nas mãos do secretário da Sesacre, Pedro Pascoal. Esse momento simbolizou a dedicação e o empenho de todos os envolvidos na consolidação de uma iniciativa que será fundamental para o fortalecimento da educação e da qualidade da assistência em saúde no estado.

Segundo o titular da Saúde do Acre: “A educação permanente dos nossos profissionais de saúde é essencial para garantirmos uma assistência de qualidade na ponta. Para a criação desse projeto, contamos com o apoio da equipe técnica do Conass, que está nos assessorando, conduzindo e dinamizando as oficinas que irão embasar a construção do nosso próximo plano de ação. Esses dois dias de debates foram essenciais para concluirmos este projeto com grande sucesso. Esse avanço só é possível graças ao compromisso do governo do Estado, que vem investindo de forma contínua em saúde e educação”, destacou.

Essas escolas oferecem cursos técnicos, especializações e, em alguns casos, programas de educação continuada voltados para profissionais já inseridos no serviço público de saúde. Técnicos em enfermagem, agentes comunitários de saúde, atendentes de farmácia e outros profissionais de nível médio são capacitados para atender às demandas do SUS com maior eficiência e sensibilidade às realidades locais.

No final de março deste ano foi realizado o primeiro encontro da segunda etapa, com o objetivo de debater os modelos de escolas de saúde pública já implantados em outras partes do país. Na ocasião, foi criado um grupo de trabalho formado por representantes da Sesacre e do Conass, encarregado de analisar as possibilidades de criação da escola no Acre e traçar as estratégias para viabilizar sua implantação.

O chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa da Sesacre, Ivan Santana, declarou: “O Acre está se igualando a outros estados brasileiros com a criação da Escola de Saúde Pública. Esse projeto está sendo muito esperado pelo governo, para que, com ele, possamos oferecer o que há de melhor dentro do processo de ensino-aprendizado. Não podemos deixar de falar que o beneficiado principal vai ser o usuário do SUS, que vai ter um serviço onde os profissionais vão estar bem capacitados para poder oferecer uma boa qualidade”.

Além da formação técnica, as escolas estaduais de saúde funcionam como polos de promoção da inclusão social e democratização do conhecimento. Por meio de programas gratuitos e acessíveis, elas abrem portas para que milhares de jovens e adultos possam conquistar um espaço no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, contribuir com a melhoria da saúde coletiva.

Atuação do Conass

O fortalecimento do Sistema Único de Saúde passa pela qualificação dos profissionais que atuam em sua estrutura. É com essa base que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) tem atuado diretamente no apoio à criação e ao fortalecimento dessas escolas em todo o país.

De acordo com o assessor técnico do Conass, Haroldo Pontes, as escolas públicas de saúde cumprem um papel estratégico no processo de capacitação e desenvolvimento dos trabalhadores do SUS nos estados. “Todo o nosso trabalho tem como fundamento o fortalecimento do SUS, a maior política pública brasileira. As escolas de saúde pública são fundamentais porque apoiam diretamente a qualificação dos trabalhadores e a melhoria da gestão em saúde”, observou.

O apoio do Conass a essas instituições tem mostrado resultados significativos. Desde o início do projeto, o número cresceu de 12 para 21, com mais quatro em processo de implantação — entre elas, a do Acre. A secretaria, que já desenvolve ações relevantes na área de educação em saúde, agora trabalha para consolidar esses esforços em um projeto institucional unificado.

O secretário Pedro Pascoal, recentemente empossado como vice-presidência da região Norte no Conass, tem sido um dos principais incentivadores da iniciativa, afirmou o assessor técnico. Além disso, Haroldo ressaltou que a proposta de estruturação da unidade acreana está sendo discutida de forma participativa, com o envolvimento de diferentes setores e acredita que o projeto será muito bem executado: “Não só baseado em desejo, mas naquilo que tenho observado desde o início”.

Toda a Saúde do Acre será beneficiada

A implementação da instituição tem gerado muita expectativa entre os servidores da Sesacre, especialmente entre chefes de departamentos, diretores e coordenadores de núcleos. A iniciativa é vista como uma oportunidade para fortalecer o processo de qualificação contínua dos profissionais da saúde no estado.

Com a criação da escola, os setores da Saúde ganham mais autonomia e estrutura para promover ações de ensino voltadas à capacitação técnica e à formação permanente dos servidores, além de preparar novos profissionais para os desafios do SUS. A expectativa é que a escola se torne um local de aperfeiçoamento da gestão e da assistência em saúde pública.

Marluce Santana, coordenadora do Núcleo Estadual de Gestão Estratégica da Segurança do Paciente (Negesp), pontuou: “A escola terá como grande benefício para os profissionais as capacitações envolvendo especialização, com cursos básicos e técnicos, além do ensino a distância. Então, teremos muito a ganhar com a implantação dessa unidade, inclusive inserindo a pauta da segurança do paciente, que é de grande importância para que a gente possa ter uma assistência mais eficaz e com mais qualidade para os nossos enfermos”.