Atualizada em 19/04/2025 16:18
(Foto: Divulgação MME)
Democratizar o acesso à energia elétrica em todo o território brasileiro, especialmente em áreas remotas, é a principal missão do Programa Luz para Todos (LPT), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Relançado em agosto de 2023, o programa tem direcionado esforços significativos para ampliar a inclusão energética também de comunidades indígenas, respeitando suas culturas e modos de vida.
“É a maior política de combate à pobreza energética já criada pelo presidente Lula. O Luz para Todos leva energia limpa e renovável e promove resultados diretos na vida das pessoas. Levar energia às comunidades indígenas é mais do que conectar casas: é conectar direitos, garantir dignidade e promover cidadania ao povo brasileiro”,
-Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Desde a retomada do programa até março de 2025, 7.245 unidades consumidoras foraminstaladas emterras indígenas,
beneficiando cerca de 30 mil pessoas emoito estados. O Mato Grosso, onde se localiza o Parque Indígena do Xingu,
lidera a implementação, com8.800 indígenas atendidos. Na sequência, destacam-se Roraima, com7.460 beneficiários,
e o Acre, com4.656.
Silveira afirmou ainda que o Programa Luz para Todos representa uma política pública transformadora e o compromisso
do governo comumBrasilmais justo, onde a inclusão energética chega respeitando os modos de vida e fortalecendo a
autonomia dos povos originários.
Energia Fotovoltaica
Para alcançar áreas de difícil acesso, onde a extensão da rede elétrica convencional é inviável, umas das grandes apostas
do LPT são as tecnologias sustentáveis, como os sistemas solares fotovoltaicos. Esses sistemas promoveminclusão
energética adaptada às condições de cada território emque serão aplicados.
Dados do MME mostramque mais de 20 milindígenas foramatendidos por meio de soluções compainéis solares.
Essa tecnologia permite a captação da luz solar, sua conversão emenergia elétrica e o armazenamento embaterias,
garantindo o fornecimento mesmo durante a noite ou emdias nublados. Os demais, pouco mais de oito mil, tiveram
atendimento por extensão de rede de distribuição elétrica (postes e transformadores).
Coma chegada da energia solar, aldeias indígenas passarama contar comUnidades Básicas de Saúde (UBS), escolas
comiluminação, conservação de alimentos, alémde acesso a meios de comunicação. Essa infraestrutura impacta
diretamente a qualidade de vida e o fortalecimento das comunidades.
Leonardo Kamayurá, diretor regional do Alto Xingu, conta que a chegada da energia amenizou as dificuldades
enfrentadas pela comunidade. “Não tínhamos como conservar nossos alimentos, nemcomo manusear alguns
equipamentos para fazer os nossos artesanatos”, relembra.
Aliderança Kamayurá tambémcomenta que o acesso à energia elétrica facilitou a comunicação do seu povo comas
equipes da saúde. “Coma chegada da energia, nós temos internet nas aldeias, e isso facilitou o contato coma equipe de
enfermagem, comos médicos. Hoje, se acontece uma picada de cobra, por exemplo, a gente pode acioná-los commais
agilidade”, conta o indígena.
Anna Terra Yawalapiti, liderança do povo Yawalapiti e representante do Movimento das Mulheres do Território Indígena
do Xingu, compartilha uma reflexão abrangente sobre os impactos da energia solar: “Aenergia trouxe autonomia, acesso
à internet, possibilidade de armazenar alimentos e participar de reuniões online. Mas tambémnos fez refletir sobre as
mudanças climáticas e o desmatamento, que nos afastamde práticas tradicionais, como o uso da água fria dos igarapés”.
No extremo norte do Brasil, a Comunidade Indígena Sorocaima, localizada emPacaraima (RR), já colhe os frutos da
inclusão energética. Aindígena Diularneide da Silva Macuxi destaca as diversas transformações vividas pelo seu povo.
“Hoje, na minha comunidade, a energia deixou de ser umluxo e passou a ser uma necessidade. Graças a ela, já
podemos realizar atendimentos de saúde, como nebulizações, semprecisar sair da comunidade. Aenergia tambémnos
trouxe novas oportunidades de estudo, especialmente como acesso à internet, que agora faz parte do nosso dia a dia”,
disse.
Diularneide tambémdestaca que, atualmente, as escolas da região contamcomclimatização, o que contribui para o
bem-estar dos alunos e para a melhoria do desempenho escolar.
Assim, o Luz para Todos se consolida alémde uma política pública de infraestrutura elétrica. É uminstrumento que
reconhece os direitos dos povos originários, valoriza suas culturas e amplia as condições para que o desenvolvimento
caminhe lado a lado como respeito à ancestralidade e à diversidade.
Veja o gráfico abaixo, onde o Acre aparece com 4.656 indígenas beneficiados pelo programa ‘Luz para Todos”
d24am