Durante o julgamento do policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, acusado de matar Wesley Santos da Silva na ExpoAcre de 2023, a advogada da família da vítima, Gicielle Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira (18) que o caso não se trata de legítima defesa, mas sim de um homicídio.
Segundo Gicielle, o crime foi motivado pela reação de Wesley aos assédios sofridos por uma amiga dentro de uma casa noturna. Ela relatou que o acusado passou o dia consumindo bebida alcoólica e, já à noite, teria agido com intenção criminosa.
Estamos diante de um assassinato. Ele saiu de casa com más intenções, passou o dia se divertindo irresponsavelmente e, à noite, de forma covarde e por um motivo torpe, tirou a vida de Wesley e atentou contra Rita declarou a advogada.
Ainda de acordo com o relato, Rita teria sido assediada dentro da boate, o que gerou a reação que culminou na tragédia.
Após sofrer toques nas nádegas e outros comportamentos abusivos, Rita reagiu. A partir daí, toda a sequência que levou à morte de Wesley teve início completou Gicielle.
A advogada também criticou a forma como a imagem das vítimas foi tratada publicamente, alegando que tanto Wesley quanto Rita foram expostos negativamente, principalmente por declarações da família do acusado.
Eles foram atacados publicamente, tiveram suas imagens manchadas. Esperamos que o julgamento de hoje traga uma resposta à sociedade, destacando a responsabilidade que um policial penal deve ter ao portar uma arma pontuou.
Para Gicielle, a eventual condenação de Raimundo Nonato teria um papel pedagógico, especialmente por representar a punição de uma conduta isolada, mas grave, dentro das forças de segurança.
Sabemos que a maioria dos policiais age com responsabilidade. Mas é justamente a minoria, os que agem de forma criminosa, que precisam ser responsabilizados. Raimundo Nonato representa essa exceção e precisa ser punido de forma exemplar afirmou.
A expectativa da acusação é que a pena aplicada, em caso de condenação, chegue a 30 anos. Gicielle finalizou reforçando que os depoimentos colhidos até o momento confirmam a versão apresentada por Rita, indicando que Wesley não agrediu o acusado em nenhum momento, afastando assim a hipótese de legítima defesa.

