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Acre

Casa de acolhimento a migrantes no Acre pode fechar por falta de verba; MPF se manifesta

Publicado em 07/04/2025

A Casa de Passagem de Epitaciolândia, no interior do Acre, que acolhe diariamente migrantes em situação de vulnerabilidade, corre o risco de encerrar as atividades por falta de repasses federais, que estão atrasados há mais de quatro meses. Entre novembro de 2024 e março de 2025, o local atendeu cerca de 224 pessoas, incluindo crianças, gestantes, idosos e famílias inteiras, segundo a prefeitura do município.

Diante do cenário crítico, o Ministério Público Federal (MPF) acionou a Justiça Federal no Acre para garantir a continuidade do serviço. Em uma ação civil pública, o órgão pede uma liminar que assegure o funcionamento do abrigo e exige uma atuação mais coordenada entre os governos federal, estadual e municipais da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia.

Na petição, o MPF argumenta que os fluxos migratórios na região são constantes e previsíveis, o que torna inaceitável a falta de planejamento e de financiamento adequado por parte dos entes públicos. Embora a Portaria nº 1.040/2024 do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social preveja repasses emergenciais para cidades afetadas por crises humanitárias, os recursos ainda não foram liberados.

Para o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, autor da ação, “não se pode esperar o colapso dos serviços e o agravamento das violações à dignidade humana para só então agir. A resposta estatal precisa ser contínua, articulada e preventiva.”

O MPF solicita à Justiça a concessão de tutela de urgência para:

  • Determinar o repasse imediato dos recursos federais à Casa de Passagem de Epitaciolândia;

  • Exigir, em até 30 dias, a elaboração de um plano de contingência conjunto entre União, Estado e municípios, com medidas como:

    • Expansão dos abrigos emergenciais e das equipes técnicas nos municípios fronteiriços;

    • Atendimento à saúde, inclusive para migrantes sem documentos, com foco nos mais vulneráveis;

    • Distribuição de alimentos, itens de higiene, móveis e roupas;

    • Inclusão de crianças e adolescentes nas escolas públicas;

    • Apoio à regularização migratória, documentação, CadÚnico e benefícios sociais;

    • Combate ao tráfico de pessoas e ao contrabando de migrantes;

    • Estabelecimento de repasses financeiros contínuos e planejados para as cidades da fronteira.

O MPF enfatiza que soluções pontuais não têm sido suficientes diante do aumento da demanda por acolhimento e assistência humanitária na região. O órgão afirma que continuará acompanhando o caso, buscando garantir ações duradouras e integradas diante dos desafios migratórios da Amazônia Ocidental.

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