O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de “suprema humilhação” as restrições impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que nunca pensou em sair do Brasil ou ir para embaixadas.
Ele foi alvo de buscas realizadas pela Polícia Federal nesta sexta-feira (18). Ele terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá sair de casa à noite e nos fins de semana, além de não poder se comunicar com outros investigados ou com representantes de embaixadas estrangeiras.
“A suspeita é um exagero. Sou ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação. É a quarta busca e apreensão em cima de mim”, afirmou diante da sede da Polícia Federal em Brasília. “O inquérito do golpe é um inquérito político. Nada de concreto existe ali.”
Bolsonaro enfrenta um processo por acusação de liderar uma trama golpista e também é foco de outras investigações conduzidas pelo órgão.
Com a tornozeleira, o ex-presidente passará a ser monitorando pelas autoridades às vésperas do julgamento da trama golpista, que poderá levá-lo à prisão.
Na entrevista à imprensa diante da PF, o ex-presidente também se referiu à tentativa de golpe pela qual é acusado de “golpe de festim”.Bolsonaro citou ainda a possibilidade de discutir com Donald Trump o tarifaço imposto pelo presidente americano. Disse que, em 2019, o republicano cogitou impor tarifa sobre o aço e ele negociou e, agora, o Brasil não está negociando.
O ex-presidente ainda afirmou que não tentou fugir. “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem. Não conversei com ninguém [sobre deixar o país]”.
Segundo ele, Eduardo Bolsonaro deve continuar nos EUA. “Acredito que sim. Se ele vier para cá, vai ter problemas”. “Eu não tenho a menor dúvida que é perseguição. Que provas tem contra mim? Não tem nada. São só suposições”

