Atualizada em 22/12/2023 09:20
Os jovens não mais compõem a base da nossa pirâmide demográfica
No censo demográfico realizado no ano de 1.950 os idosos compunham 4,6% da nossa população, os adultos 43% e os jovens 52%. No mais recente recenseamento, concluído no ano em curso, os percentuais foram: idosos 9,3%, adultos 50,5% e jovens 40,2%.
Nos dois censos acima, ambos realizados sob a responsabilidade do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma das mais importantes e respeitáveis instituições do Estado brasileiro, são considerados como jovens quem tiver menos de 19 anos de idade, os adultos entre 20 e 59 anos e os idosos acima de 60 anos.
Entre os censos acima reportados e com regular freqüência, a cada década, o IBGE continuou realizando seguidos censos e os percentuais de jovens, adultos e idosos foram sendo sistematicamente alterados e em desfavor dos jovens, dado o crescimento do número de adultos idosos.
As referidas camadas, graficamente, constituíam uma figura assemelhada a uma pirâmide e tendo a sua base constituída pelos jovens. Acontece que, no decorrer dos anos, esta base passou a ser ocupada pelos adultos, desta feita, estabelecendo uma nova figura geográfica que os próprios estatísticos passaram a denominá-la de barriga demográfica, e esta tendente a crescer em razão da crescente expectativa de vida dos brasileiros, hoje, 77 anos. Em 1.950 era de 47 anos. Outro fator que tem feito diminuir a camada constituída pelos jovens tem sido o decrescimento da taxa de natalidade no nosso país.
Se o crescimento da camada dos adultos anuncia o crescimento da camada dos idosos e estes, majoritariamente, passam a depender de suas aposentadorias e dos seus familiares, quando não, do socorro dos seus respectivos Estados, estamos a tratar de um dos mais gravíssimos desafios a ser enfrentado pela grande maiores dos países. No ano 2.050, em 64 países, suas populações contarão com mais de 30% de idosos.
Os países que melhor souberam tirar proveito quando a camada dos jovens preponderava, foram os que mais evoluíram. No nosso país, infelizmente, desperdiçamos o nosso chamado bônus demográfico. Volto a repetir: os adultos e não os jovens estão compondo a base da nossa pirâmide etária.
O Japão, a China e quase todos os países da comunidade européia já estão convivendo com o elevado crescimento da camada dos seus idosos. Se de um lado isto decorreu em razão do bem estar de suas populações, de outro, seus próprios Estados vêem obrigados a arcar com os custos derivados do envelhecimento de suas populações. Como o Brasil não tirou proveito do seu bônus demográfico, o que terá que fazer?