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Autista e mãe de três crianças com autismo finaliza curso profissionalizante da Semulher, “uma grande oportunidade”

Atualizada em 14/12/2024 11:51
Curso Livre de Semulher finaliza Customização de Sandálias na Casa Rosa Mulher, em Rio Branco. Foto: Rebeca Martins/Semulher

Com colaboração de Rosely Cabral

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), impacta a vida de centenas de mulheres com cursos profissionalizantes, com o objetivo de fomentar a autonomia econômica das acreanas em situação de violência e vulnerabilidade social. O Curso Livre de Customização de Sandálias, que iniciou na segunda-feira, 9, teve sua cerimônia de encerramento sediada na Casa Rosa Mulher, nesta sexta-feira, 13, em Rio Branco.

O curso é realizado pela equipe multidisciplinar da Semulher, pertencente ao Departamento de Autonomia Econômica e Política de Cuidados. Nas aulas, é disponibilizado, para além do acolhimento, todo conhecimento de manuseio e inclusive os materiais para a confecção das peças. Ao final, houve uma exposição das artes das alunas, que já estavam aptas a ser comercializadas.

Durante o percurso, uma das aluna se destacou por suas habilidades e seu foco. Determinada, Adjayna Alves é atípica e mãe de três crianças que também fazem parte do espectro autista, e com sua dedicação, mostrou em cada parte do processo, o quão longe é possível alcançar com as oportunidades que aparecem.

Adjayna é mãe de 4 filhos, e 3 deles possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), são não verbais e tem seletividade alimentar. O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, os principais sinais são o atraso ou regressão na obtenção de habilidades básicas como: comunicação, coordenação motora e socialização.


Durante o percurso, uma das aluna se destacou por suas habilidades e seu foco. Foto: Rosely Cabral/Semulher

O autismo não é uma doença, é uma condição de funcionamento cerebral, onde a pessoa nasce e permanece com autismo por toda vida, o diagnóstico é clínico e não depende de um exame, mas de uma avaliação detalhada e criteriosa, há pessoas diagnosticadas na adolescência e na vida adulta.

Beneficiária do Benefício de Assistência Continuada à Pessoa com Deficiência (BPC LOAS), a moradora do bairro Vitória conta que esta é sua única fonte de renda e ela encontra dificuldades para ingressar no mercado de trabalho em razão da sua condição e das responsabilidades domésticas.


Aluna do Curso Livre de Customização de Sandálias durante confecção das peças. Foto: Rebeca Martins/Semulher

A Semulher, que tem como propósito chegar em mulheres como Adjayna, busca ofertar novos sonhos e expectativas em um ambiente preparado e capaz de recebê-las. “Eu deixo de comprar algo para mim para dar tudo que é preciso para meus filhos, então esta renda extra, por causa do curso, já vai me ajudar bastante a vender as minhas sandálias, minhas pulseiras”, disse Adjayna.

Mesmo antes de participar da formação ofertada pela pasta, ela já realizava a criação de miçangas. “E é uma grande oportunidade expor sem gasto nenhum, me ajudaria muito, tanto trabalho que eu tenho para fazer as coisas e o valor cobrado nessas feiras, só para expor é muito caro pra mim, agradeço a secretária [Márdhia El-Shawwa] pela iniciativa e oportunidade”, finaliza.


Adjayna Alves é atípica e mãe de três crianças que também fazem parte do espectro autista. Foto: Rebeca Martins/Semulher. Foto: Rebeca Martins/Semulher

A cerimônia de encerramento dos cursos contou com a participação do deputado Coronel Ulysses, na oportunidade, ele saudou as estudantes, mostrou apoio e deixou uma mensagem a elas. “Estamos investindo recursos para a Secretaria da Mulher, inclusive entregamos um Ônibus [com acessibilidade], que vai atender mulheres de todos os lugares afastados, que não tem acesso aos serviços, eu acho isso muito importante. Não desistam, a vida não é fácil, mas não podemos parar sempre que você tiver um obstáculo, se você tiver perseverança, você vai ultrapassar todos os obstáculos e vencer”, finalizou.


Coronel Ulysses na cerimonia de encerramento. Foto: Rebeca Martins/Semulher

Neste ano de 2024, já somam, ao todo, 704 mulheres certificadas pelos cursos que a pasta disponibiliza, em vários municípios do Acre. A chefe do Departamento de Autonomia Econômica, Vanessa Rosella, explica que, “nós fazemos esse programa [Impacta Mulher] tanto na capital quanto no interior. Cada mulher que sai certificada, sai com aptidão para trabalhar, vender suas coisas. Mas, realizamos também o acompanhamento, não perdemos contato e chamamos elas para as feirinhas de mulheres empreendedoras, formamos parcerias”, disse.

[Agência de Notícias do Acre]

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