Atualizada em 24/01/2025 10:04
As democracias continuam ameaçadas e assim continuarão, ao que parece, por bastante tempo
Dada a inexistência de um regime político que possamos reconhecê-lo como pronto e acabado, já que a democracia não o é, não faltarão àqueles que, até mesmo movidos pelos mais espúrios interesses passam a contestá-la. A despeito da célebre expressão, da lavra do imortal e estadista Winston Churchill: “a democracia é a pior forma de governo, exceto todas as demais”, as democracias, inclusive a nossa, continuam sendo recorrentemente ameaçada.
Se exceto a democracia, não resta nenhuma outra forma de governo que devamos consagrá-la, urge que adeqüemos a nossa democracia aos interesses públicos do nosso próprio país? A propósito, nem as duas das nossas mais emblemáticas democracias, e em todo o mundo, a da Inglaterra e a dos EUA, guardam integral e absoluta similitude.
O parlamentarismo monárquico da Inglaterra e o presidencialismo dos EUA, em nada comprometeram as suas democracias. Muito pelo contrário, só as tem fortalecido.
Nada mais exemplificativo para uma democracia do que foi o retorno do ex-presidente Donald Trump a presidência dos EUA, afinal de contas, em tendo sido derrotado nas eleições do ano 2.000, oportunidade em buscava a sua própria reeleição, em 2.004, encontrando-se fora do poder, a ele retornou e de forma triunfal.
Lamentavelmente, no nosso país, os chamados “golpes de Estado”, existiram, e não apenas como fantasma, mas sim, como trágicas realidades. A propósito, a proclamação da nossa própria República resultou de um deles, patrocinado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, a quem D. Pedro II, o golpeado, depositava integral e absoluta confiança.
Embora tenhamos resistido ao nosso mais recente e exaustivamente propalado golpe de Estado, seja confirmado pelos lulistas, seja negado pelos bolsonaristas, e por fim, questionado por milhões de brasileiros, até mesmo a expressão “Golpe de Estado”, precisa ser excluída, liminarmente, do nosso vocabulário político.
Nas democracias que se prezam, seus heróis jamais são pré-fabricados, até porque, heróicas deverão ser as suas instituições. Pena que, no nosso país, até mesmo a nossa suprema corte de justiça, o nosso STF-Supremo Tribunal Federal, freqüentemente, vem sendo acusada de ser constituída, majoritariamente, por juízes parciais e partidariamente obedientes a determinadas correntes político-partidárias.
A polarização política, Lula/Bolsonaro, por sê-la de caráter eminentemente pessoal, não deverá prevalecer na disputa presidencial de 2026, até porque, se sim, tempos tenebrosos nos aguardarão.