Atualizada em 20/03/2024 09:49
Se os ventos continuarem soprando a favor do caos, muito provavelmente, ele ocorrerá
Passado quase um ano e meio da disputa presidencial de 2022, mesmo assim, o nosso clima político continuou esquentando e tendo como causa a polarização que restou estabelecida no nosso país, de um lado, os anti-lulistas, e de outro, os anti-bolsonaristas.
O desastre seria bem menor, e quem sabe até, evitável, se a disputa houvesse se dado entre aqueles que, a despeito de declararem-se pró-Lula ou pró-Bolsonaro, aceitasse os resultados que adviessem da nossa soberania popular.
Isto não aconteceu porque os radicais, de ambos os pólos, decidiram apostar no pior, no caos. Mas como assim, se o caos resulta da confusão, da desordem, da anarquia, da bagunça, da balbúrdia, da barafunda, da desarrumação, da obscuridade, do pandemônio, da perturbação e do transtorno?
Se desde as eleições presidenciais de 1.989, a primeira após a nossa redemocratização, seja como candidato ou como apoiador, o atual presidente Lula esteve presente em todas as disputas presidenciais, inclusive nas eleições de 2018, embora se encontrasse preso e inelegível, ainda assim, dado o seu elevado prestígio popular e eleitoral, conseguiu levar o seu candidato, Fernando Haddad, para o 2º turno, embora este tenha sido derrotado pelo então candidato Jair Bolsonaro.
Como o pólo lulista vinha se fortalecendo desde as eleições de 1989, portanto, ao longo de 30 e tantos anos, como conseqüência da eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, e do restabelecimento dos direitos políticos de ex-presidente Lula, a nossa polarização política chegou a atingir temperaturas só alcançadas nos chamados altos fornos.
Concordo em gênero, número e grau com a seguinte expressão, da lavra do imortal Bertolt Brecht: “Infeliz é a nação que precisa de heróis”. Se os bolsonaristas, reporto-me aos xiitas, pretendem alçar o ex-presidente Jair Bolsonaro a condição de herói, e se os lulistas, igualmente xiitas, pretendem transformar o presidente Lula em herói, enquanto continuarem agindo assim, a nossa democracia jamais se fortalecerá, até porque, nas democracias que minimamente se prezam, o chamado golpe de Estado não entra nas pautas de seus representantes políticos.