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Política

Aliados de Lula dizem que Gleisi será ‘enquadrada’ e dialogará com Haddad

Atualizada em 02/03/2025 09:25

Foto: 08.02.2023, Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, durante encontro com deputados federais, no Ministério da Fazenda
Imagem: EDU ANDRADE/Ascom/MF

Auxiliares do presidente Lula, que tentam minimizar o desgaste do ministro
Fernando Haddad (Economia) com chegada de Gleisi Hoffmann ao Palácio do
Planalto, dizem que a futura ministra não continuará os ataques que fazia a
agenda econômica.

Ao assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi vai operar da
forma como Lula mandar. Fontes ligadas ao partido afirmam ainda que a futura
ministra é “pragmática”, que quando foi ministra da Casa Civil de Dilma em
2011 tinha uma agenda considerada bastante liberal para os padrões petistas.

Aliados mais otimistas do presidente acreditam ainda que sua chegada ao
governo “obrigará” Gleisi e Haddad a conversarem e isso poderia até “resolver
um problema do Haddad”.

“Lula vai dar uma lista de coisas para ela fazer e ela vai executar”, afirmou uma
fonte bastante próxima ao presidente.

O governo vive um momento de baixa popularidade e a escolha de Gleisi para o
ministério não foi bem recebida por alguns agentes do mercado financeiro.

O diagnóstico, segundo um operador financeiro, é que ela chega “com o capital
político desgastado” e que Lula, mirando a eleição de 2026, aposta no
“diagnóstico clássico” que se ganha eleição abrindo os cofres da máquina
pública.

Haddad ainda não se manifestou sobre a chegada da correligionária, que
assumirá no próximo dia 10 e deixará o comando do PT.

Consolação para Guimarães?

Gleisi foi nomeada por Lula no lugar de Alexandre Padilha. Outro companheiro
de partido, José Guimarães, que é líder do governo na Câmara, era cotado
para a vaga.

Agora ele é apontado como uma possibilidade para ocupar a Secretaria-Geral,
que está com Márcio Macedo, outro quadro do PT que deve perder o posto na
reforma ministerial do presidente.

O presidente já está convencido a fazer a mudança na pasta, Guimarães e
Jaques Wagner, que eram considerados para a vaga da SRI, podem ficar com
o posto. “Ele ainda está refletindo” dizem.

A reforma de Lula tem sido feita a conta-gotas e o presidente falou que
começaria as mudanças pela ‘cozinha do governo’, que é justamente o PT.
“Depois de 2026 o grande projeto de Lula é tentar arrumar o partido”, dizem.

Guimarães pode ainda, segundo um dirigente do PT, assumir o partido de
forma interina até as eleições internas, marcadas para dia 6 de julho. O mais
cotado para assumir o partido é o ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara,
Edinho Silva.

SRI foi esvaziada

A missão de Gleisi na SRI, dizem auxiliares do presidente, será manter um bom
diálogo, justamente por isso a aposta de que a relação dela com Haddad vai
melhorar.

Além disso, destacam que hoje, quem tem o poder de fato sobre as emendas
parlamentares é o Congresso. A SRI perdeu esse poder. “A pasta foi
esvaziada. O presidente sabe que quem vai garantir a governabilidade é o Hugo
Motta (presidente da Câmara) e Davi Alcolumbre (presidente do Senado)”.

Há, no entanto, quem diga também que ela foi escolhida pelo presidente para
“monitorar o cumprimento do acordo” por mais transparência nas emendas, que
fez com que o ministro Flávio Dino liberasse os recursos.

Caberá a Gleisi cuidar da relação com os prefeitos e monitorar o andamento
das pautas de interesse do governo no Congresso. E o ministro Fernando
Haddad já entregou em mãos aos presidentes da Câmara e do Senado a sua
lista de prioridades. O desafio agora será partilhado entre os dois petistas, e
Lula acredita ter feito a escolha certa.

UOL

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