Atualizada em 22/02/2025 10:03
Imagem: Do portal veloz
Apesar de em 2024 ter ficado de fora do pódio de estados com maiores taxas de incidência de dengue, o Acre começou 2025 liderando o ranking nacional. Desde a primeira semana do ano, o estado está em primeiro lugar em quantidade de casos prováveis da doença por 100 mil habitantes. Em 51 dias, o Acre já registrou 85% do total de casos do ano passado.
Ano passado, o Brasil teve o pior ano da dengue da história. Foram mais de 6,6 milhões de casos e 6.216 mortes confirmadas, sendo que outras 489 ainda estão em investigação. O Acre chegou ao fim do ano em 13º lugar na lista de incidência da doença, com 769,9 casos por 100 mil habitantes. O Distrito Federal, Minas Gerais e o Paraná ficaram com as maiores taxas.
Em 2025, contudo, o estado da região Norte do país começou à frente e se mantém na posição. Atualmente, são 661,3 casos registrados por 100 mil habitantes — 5.824 em números absolutos. O estado decretou emergência em saúde pública por causa da dengue em 9 de janeiro. O recorde de casos no Acre foi em 2021, com 14.023, mais que o dobro de 2024 (6.780).
O secretário adjunto da secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Cunha, explica que a dengue tem perfil sazonal, com ocorrência que “oscila de região para região, de ano a ano”.
Ele justifica o aumento de casos no Acre pelas mudanças climáticas, que criaram períodos chuvosos e temperaturas elevadas — “dois fatores que têm ligação intrínseca com a proliferação do Aedes aegypti” —, e pela rotatividade de diferentes sorotipos da doença.
“Relativamente, são poucos casos, mas como a população é baixa, esse coeficiente fica elevado, sobretudo em localidades como Cruzeiro do Sul e Rio Branco”, detalha.
Segundo a Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Acre, a alta quantidade de registros também pode ser associada ao aumento das testagens e melhoria nos programas de vigilância que identificam os casos.
A pasta ressalta que está atenta ao aumento de casos e continua o monitoramento e controle da circulação do mosquito transmissor.
“Estamos igualmente empenhados em ampliar a conscientização e garantir a cooperação de todos para o sucesso dessas ações. Considerando que a doença possui grande ciclo no início do ano, é de extrema importância que medidas preventivas sejam intensificadas para evitar o agravamento da situação.”
Cenário no Brasil
O Brasil chegou a 152 mortes causadas por dengue em 2025 nessa quinta-feira (20), com outros 360 óbitos ainda em investigação. Isso representa uma média de três mortes por dia. Desde o começo do ano, 352 mil casos prováveis da doença foram contabilizados em todo o país, com uma taxa de incidência nacional de 169,2 casos por 100 mil habitantes.
Do total de mortes registradas no país, 77% são de São Paulo, com 118. Goiás, Minas Gerais e Pará estão empatados em segundo lugar, com cinco óbitos.
Paraná tem quatro, e Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro registraram três cada. Acre e Amapá têm duas mortes cada, e Mato Grosso do Sul e Sergipe registraram um óbito cada. As outras unidades da Federação não tiveram mortes pela doença até o momento.
São Paulo também lidera em números absolutos de casos prováveis, com quase 60% dos registros. São 209 mil desde o começo do ano. Minas Gerais está atrás, com 41 mil, seguido de Goiás, com 20.039, e Paraná, com 19.821.
Já se tratando sobre coeficiente de incidência, o Acre lidera entre as unidades da Federação. São 661,3 casos por 100 mil habitantes. São Paulo é o segundo colocado, com 454,9 por 100 mil, e Mato Grosso registra taxa de 372,2 por 100 mil.
*Com Colaboração do R7/ portal veloz