Atualizada em 28/03/2024 09:36
Precisou que a notícia fosse divulgada no principal jornal dos EUA para que tomássemos conhecimento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve hospedado ou exilado na embaixada da Hungria. Se hospedado ou não, se exilado ou não, foi um proceder jamais percebido ao longo de toda a nossa história, afinal de contas, não se tem notícia de nada semelhante.
Para nossa surpresa veio do principal jornal dos EUA, o famosíssimo The New York Times, a divulgação do esquisitíssimo acontecimento, posto que, mesmo se dizendo bastante atenta, particularmente, em se tratando dos nossos assuntos políticos, a nossa própria imprensa teve que engolir, a seco, este extraordinário furo jornalístico.
Qual a interpretação que deva ser atribuída a este fato? Para os bolsonaristas, nada de anormal, pois não havia nenhum impedimento para que o mesmo agisse como agiu. Para os lulistas, o ex-presidiente Jair Bosonaro tramava o seu próprio exílio. Entre os não bolsonaristas e os não lulistas, os angustiados centristas, as especulações passaram a ser as mais diversas possíveis.
Embora nos EUA a alternância no poder sempre se deu entre candidatos dos seus dois principais partidos, o democrata e o republicano, a disputa presidencial ora em curso, dar-se-á entre o atual presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump, ou seja, uma disputa que vem se revelando bastante personalizada.
No nosso país, lamentavelmente, ao se desviarem dos seus reais objetivos e de forma bastante disfuncional, nossos partidos políticos foram se transformando em instrumentos, visando preferencialmente atender os interesses dos tantos quantos se aventuram a adentrar ao nosso ambiente político.
Disto resultou a fragilidade, e porque não dizer, a pouca ou nenhuma importância dos nossos partidos políticos, até mesmo quando a presidência da nossa República encontra-se em jogo.
Lembram-se por qual dos nossos partidos políticos os ex-presidentes Fernando Collor e Jair Bolsonaro foram eleitos? Ao PRN e ao PSL, cujos cadáveres poderão ser encontrados no já bastante abastecido cemitério para onde são levados os nossos partidos políticos, notadamente àqueles que morreram vitimados pela falência múltipla dos seus órgãos.
Democracia não se faz baseada em partidos de aluguel.