Rio Branco, onde o passado e o presente se encontram às margens do rio Acre
Um lugar de acolhimento, de pessoas gentis e trabalhadoras, Rio Branco, a capital mais ocidental do Brasil, é a cidade onde o passado e o presente se encontram, tecendo histórias de lutas, conquistas e belezas naturais.
Localizada às margens do rio Acre, no Estado do Acre, região Norte do Brasil, Rio Branco é uma das maiores cidades do estado, com uma área de 8.836 km², 231 bairros e aproximadamente 4.150 ruas.

Com clima equatorial, temperaturas médias anuais em torno de 26°C e índice pluviométrico de aproximadamente 1.800 mm anuais, a vegetação é predominantemente da Floresta Amazônica, com áreas de relevo plano e planícies fluviais. O fuso horário é UTC -5, duas horas a menos que o horário de Brasília.

Sua população atual é de 364.756 habitantes, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE, e em 2025 estima-se que esse número chegue a quase 390 mil pessoas, refletindo o crescimento e a vitalidade de um lugar que, com sua história rica, se tornou um verdadeiro símbolo da resistência e da diversidade da Região Norte, a capital do Estado que lutou para ser brasileira e foi palco da Revolução Acreana.

“Rio Branco é uma cidade pulsante, marcada por sua história e pela convivência harmoniosa entre as culturas indígenas, nordestinas, influências europeias, árabes e amazônicas”, afirma o historiador José Wilson Aguiar. “A cidade não é apenas um espaço físico, mas um lugar onde as pessoas vivem sua identidade de forma única, moldadas por elementos da natureza, da história e das tradições que foram construídas ao longo de gerações”, completa o historiador.

Segundo dados do Mapa Biomas, Rio Branco é a cidade mais arborizada do país, com aproximadamente 32% do seu território verde, destacando-se por sua natureza exuberante.
Administração e história política
Desde sua instalação em 1913, Rio Branco foi administrada por mais de 40 prefeitos e intendentes. O primeiro foi o coronel João d’Oliveira Rôla, nomeado pelo presidente Hermes da Fonseca. Entre os nomes que marcaram época na gestão da capital acreana estão Hélio Abreu (o último intendente e primeiro prefeito), além de Adauto Brito da Frota, Flaviano Melo, Jorge Kalume, Isnard Leite e Socorro Neri.
Atualmente, quem governa a cidade é Sebastião Rodrigues Bocalom, ou simplesmente, Tião Bocalom, reeleito em 2024 (e que iniciou sua gestão em 2021), mantendo o compromisso de desenvolvimento e modernização da capital acreana.
O que faz de Rio Branco um lugar único?
Rio Branco não é apenas a capital do Acre; é um lugar que carrega histórias profundas, como a da Revolução Acreana, um marco na luta pela autonomia do estado. Com a chegada de imigrantes nordestinos e a presença das populações indígenas, a cidade se consolidou como um ponto de encontro entre diversas culturas e tradições.

Antes, essa terra era habitada pelos povos originários, que nos deixaram, além de sua cultura, o registro de seus antepassados, concretizado em sítios arqueológicos conhecidos como geoglifos, que mostram uma Amazônia pré-colombiana.

A cidade foi planejada e traçada pelo prefeito Gabino Bezouro, que deu origem às primeiras ruas e avenidas da cidade. Até hoje, a homenagem aos estados brasileiros pode ser observada nas ruas e avenidas que carregam nomes de figuras e localidades importantes do Brasil. A principal delas, a Avenida Ceará, é um tributo à cultura nordestina que tanto influenciou o povo de Rio Branco.
Rio Branco e sua história de resistência
Fundada em 28 de dezembro de 1882, Rio Branco nasce no final do século XIX, tendo por certidão de nascimento a emblemática e histórica Gameleira, árvore frondosa que fica à margem esquerda do rio Acre e serviu de ancoradouro para o navio que trouxe um dos seus colonizadores: Neutel Maia, o seringalista que trazia o sonho de enriquecer com a exploração do látex acreano, trazido pelo seringalista cearense Felismino Alves dos Santos, que viajava no barco dele.

No entanto, a história de Rio Branco, segundo o historiador José Wilson Aguiar, remonta a 1851, quando já havia povoamento nas localidades de Colibri, Suvaco da Onça e Bafo de Bode, situadas na região que hoje é o Segundo Distrito de Rio Branco. Foi no final do século XIX, com o ciclo da borracha, que a cidade ganhou contornos mais sólidos, com a criação da Vila Rio Branco em 1904, com a chegada do prefeito Cunha Matos.

A data de fundação de Rio Branco era celebrada em 13 de junho de 1909, conforme Resolução número 09, de 13 de junho de 1909, do então prefeito coronel de engenharia Gabino Besouro.
Com documentos datados, Rio Branco foi cenário de alguns embates na Volta da Empreza, da Revolução Acreana, hoje, Centro de Rio Branco, localizado no bairro da Base. Um dos combates vitimou José Gonçalves Sobrinho, esposo de Angelina Gonçalves de Souza, primeira vítima da Revolução Acreana, no seringal forte da Veneza, no dia 2 de setembro de 1902, onde os bolivianos o assassinaram. Esse foi um dos episódios mais emblemáticos da Revolução, que marcou a cidade como um centro de resistência. Em seguida, outro combate no bairro da Base, do lado do primeiro distrito, no local conhecido como Seringal Empreza.

O primeiro morador de Penápolis foi o senhor Manoel Julião de Souza, em 1908. O prefeito Gabino Besouro autorizou-o a ser o primeiro morador da cidade.
A Revolução Acreana, que teve Rio Branco como um de seus principais cenários, também deixou marcas profundas na cidade, que se consolidou como a capital do estado em 3 de outubro de 1912. Em 1920, o município foi unificado, e a cidade tomou forma com ruas, avenidas e espaços públicos que ainda existem e são parte do cotidiano dos rio-branquenses.
Festas e tradições
Rio Branco celebra sua identidade através de festas que unem tradição e alegria. O Carnaval movimenta os bairros e o centro com blocos e desfiles, escolha da realeza do carnaval, bailinhos infantis e para idosos e atrações musicais gratuitas, com o objetivo de resgatar tradições e fortalecer a identidade cultural do Acre.

A cidade tem uma forte tradição nas celebrações de São João, com eventos como o Circuito Municipal Junino. Esse festejo é marcados por muita cor, dança, música e competições de quadrilhas juninas.

As apresentações das quadrilhas são um espetáculo à parte, onde grupos de diversos bairros disputam o título de campeã, valorizando a expressão do folclore e da cultura popular. O clima junino toma conta da cidade, com muito forró, brincadeiras, fogueiras e uma culinária típica rica (milho verde, pamonha e canjica).

O Festival da Macaxeira valoriza a culinária e a agricultura local, com pratos típicos e apresentações culturais e tem como objetivo reunir produtores rurais e a comunidade em geral para valorizar a produção agrícola local, bem como incentivar a comercialização de produtos derivados da macaxeira.

O Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações de fé da cidade, reúne milhares de fiéis em procissão pelas ruas, um patrimônio de emoção e cultura, onde o fervor do povo se manifesta em cada passo, em cada oração silenciosa, e no simbolismo de atos que preparam o coração para o encontro com a Virgem.

E no fim do ano, o Natal Iluminado, na Praça da Revolução, encanta moradores e visitantes com apresentações culturais como corais, bandas e teatro, que geralmente ocorrem nos finais de semana, além de luzes, música e apresentações promovidas pela Prefeitura Municipal.

A iluminação de Natal também ocorre em locais como o Horto Florestal e outros pontos da cidade, com eventos de acendimento das luzes e decoração temática.

Economia e desenvolvimento
Rio Branco tem avançado de forma expressiva em sua economia, com destaque para a Agricultura Familiar, que fortalece a produção de café, mandioca, soja, milho, banana e arroz. A cidade também conta com indústrias de leite e derivados da soja, que impulsionam a geração de emprego e renda.

Na área tecnológica, projetos como o Tech Jovem e o Conecta Rio Branco ampliam o acesso digital e formam jovens para o mercado de inovação. O município segue investindo em grandes obras estruturantes, que modernizam a infraestrutura urbana e impulsionam o desenvolvimento local.

Esporte e qualidade de vida

O esporte é parte do cotidiano rio-branquense. A cidade abriga corridas de rua, eventos de ciclismo, e atividades em parques e praças que incentivam hábitos saudáveis e integração social. Rio Branco se consolida como uma capital que valoriza o bem-estar, o esporte e a vida ao ar livre.
A culinária de Rio Branco: sabores da Amazônia
A culinária de Rio Branco é um verdadeiro reflexo da diversidade cultural da cidade, com influências indígenas, nordestinas, árabes e amazônicas. Os pratos à base de peixes da região, como o pirarucu, o tambaqui e o piau, são acompanhados de pratos típicos como o pato no tucupi (um prato com molho extraído da raiz da mandioca), o tacacá (uma combinação de jambu, goma de tapioca, tucupi e camarão) e o mingau de banana, além da presença das frutas como o açaí e o cupuaçu.

Não podemos esquecer da baixaria, uma mistura simples, mas deliciosa, de ovo frito, carne moída e farinha de milho, típica da região, e também da galinha caipira, acompanhada de pirão de farinha, muito apreciada pelos rio-branquenses e visitantes.

Além disso, a cidade é conhecida por seus pratos influenciados pelos migrantes nordestinos e árabes, como o vatapá, o quibe de arroz, quibe de macaxeira, quibe de trigo e o bolo de macaxeira. Esses pratos são carregados de memória afetiva e refletem o acolhimento da cidade aos migrantes que ajudaram a formar o Rio Branco de hoje.
Pontos turísticos de Rio Branco
Catedral de Nossa Senhora de Nazaré

A Catedral de Nossa Senhora de Nazaré é um dos marcos arquitetônicos da cidade, construída entre 1948 e 1958. Seu estilo romano-basilical, com três naves e 47 vitrais, reflete a fé e a religiosidade do povo acreano. Em seu interior, repousam os restos mortais de Dom Júlio Mattioli e Dom Giocondo Maria Grotti, figuras de grande importância para o Acre.
Parque Ambiental Chico Mendes

Inaugurado em 1996, o Parque Chico Mendes é uma das principais áreas verdes de Rio Branco. Com 57 hectares de extensão, o parque é um centro de preservação ambiental, onde os visitantes podem encontrar trilhas ecológicas, um zoológico com araras, tucanos, onças e outros animais, além de um memorial que conta a história de Chico Mendes, líder ambientalista que lutou pela preservação da Amazônia. O Parque recebeu neste ano a prestigiada certificação Selo Prata, concedida pelo programa Good Travel Destinations.
Horto Florestal

O Horto Florestal oferece ao público trilhas ecológicas, lagos e uma grande área de lazer. Com 17 hectares de extensão, o espaço também conta com viveiros de plantas ornamentais e é um ponto de encontro perfeito para quem busca lazer e contato com a natureza. Além de 80 espécies diferentes de aves catalogadas.
Gameleira: monumento histórico

A Gameleira é um símbolo histórico da cidade, uma árvore centenária que foi o ponto de referência do seringal Volta da Empreza, fundado em 1882. Tombada como patrimônio histórico em 1981, a Gameleira se tornou parte do Calçadão da Gameleira, um local de encontro e convivência na cidade, cercado de história e memória.
Museu da Borracha

O Museu da Borracha, inaugurado em 1978, preserva a história do ciclo da borracha e a emigração nordestina para o Acre. Com um acervo que conta a história dos seringueiros, da produção de borracha e da convivência com os povos indígenas, o museu é um local essencial para quem deseja entender a história do Acre.
Cine Teatro Recreio

O Cine Teatro Recreio é um dos centros culturais mais tradicionais de Rio Branco. Com uma programação diversificada que abrange teatro, cinema e outras expressões artísticas, o local é um verdadeiro ícone da cultura acreana.
Novo Mercado Velho

O Novo Mercado Velho, fundado em 1929, é um lugar de encontro para moradores e turistas. Às margens do Rio Acre, é o ponto ideal para saborear pratos típicos da culinária local, como o pato no tucupi, o tacacá e a baixaria. Ao entardecer, o mercado se transforma em um local vibrante, perfeito para um happy hour à beira do rio.
Parque Capitão Ciríaco

O Parque Capitão Ciríaco, com suas seringueiras centenárias, é um local único e de grande importância histórica para Rio Branco. Foi o palco de muitos eventos da Revolução Acreana e, hoje, é um espaço de lazer e educação ambiental, com um acervo histórico que remonta ao século XIX.
Memorial dos Autonomistas

O Memorial dos Autonomistas é um tributo à luta do povo acreano pela autonomia do estado. O local preserva documentos e objetos históricos que relatam os momentos mais importantes da Revolução Acreana e da luta pela independência do Acre.
Teatro Hélio Melo

O Teatro Hélio Melo é um centro cultural importante para a cidade, onde diversas manifestações artísticas, como teatro, música e dança, ganham palco. É um local que oferece aos visitantes a chance de vivenciar a arte acreana em sua forma mais autêntica.
Praça da Revolução

A Praça da Revolução, localizada no centro de Rio Branco, é um ponto turístico de grande importância histórica. O local homenageia os heróis da Revolução Acreana e se tornou um cartão postal da cidade. Além disso, a praça é um local de encontro para moradores e visitantes, oferecendo uma vista privilegiada da arquitetura colonial de Rio Branco.
Palácio Rio Branco

Construído em 1930, o Palácio Rio Branco é um dos maiores exemplos da arquitetura clássica e art déco da cidade. O palácio abriga o Museu do Palácio Rio Branco, que conta a história do estado com acervos materiais e imateriais. Além disso, o palácio é um ponto de interesse turístico e político da cidade.
Mercado do Bosque

Fundado em 1966, o Mercado do Bosque é um ponto de encontro popular na cidade. Durante o dia, o mercado oferece produtos regionais e refeições típicas. À noite, o mercado se transforma em um ponto de encontro para quem deseja aproveitar a culinária local e o ambiente acolhedor.
Parque do Tucumã

O Parque do Tucumã é um importante espaço para lazer e convivência com a natureza. Localizado na zona norte da cidade, o parque oferece trilhas, áreas de piquenique e playgrounds, sendo ideal para famílias e para quem busca um local tranquilo para relaxar.
Lago do Amor e Parque Ipê

O Lago do Amor e o Parque Ipê são dois dos principais locais de lazer de Rio Branco, oferecendo tranquilidade e paisagens belíssimas para quem deseja descansar, apreciar a natureza e praticar esportes. Os turistas que visitam o local poderão se encantar com a proximidade com a natureza, sendo comum ver circulando famílias inteiras de capivaras, macacos e muitas espécies de árvores que só são encontradas na região amazônica.

Onde se hospedar?

Nobile Suítes Gran Lumni — Av. Ceará, 2156 – Centro, Rio Branco
Ibis Rio Branco — Estrada Dias Martins, 4600 – Distrito Industrial
Diff Hotel by Easy Hotéis — R. Rio Grande do Sul, 332 – Centro
Amazônia Palace Hotel — R. Isaura Parente, 259 – Bosque
Hotel Guapindaia Praça — Rua: Rui Barbosa, 354 – Bosque
Inácio Palace Hotel — R. Rui Barbosa, 450 – Centro
Rede Andrade Rio Branco — R. Cunha Matos, 393 – 6 de Agosto
Onde ir em Rio Branco? Restaurantes e bares

La Cave Bar e Restaurante — Rua Isaura Parente, 358 – Bosque
Royal Gastrobar – Av. Getúlio Vargas, 1832 – Bosque
Casa do Rio Gastrobar — R. Barbosa Lima, 146 – Base
Cantinho Lanche do Pastor — Av. Epaminondas Jácome Centro, 2872 – Centro
Vintage Pub — Rua do Aviário, Nº 1159, Bosque
Bar do Olavo — R. Martiniano Prado, 101 – Capoeira
Restaurante Manto Verde — Estr. do Amapá, 5097 – Amapá
Barhem Burger & Grill — Estrada da Floresta, 2320 – Loja 66A – Floresta Sul
Picanha Mix (Via Verde Shopping) — BR-364, 2320 – Floresta Sul
Mata Nativa Restaurante — Via Verde, km 02, nº 1971 – Loteamento Amapá
Quintal do Geléia — Rua Minas Gerais, 108 – Dom Giocondo
Água na Boca Restaurante — Av. Nações Unidas, 346 – Bosque
Hamburgueria Freguesia (Camisa 10) — Rua Marte, 1720 – Morada do Sol
Shopping

Via Verde Shopping — Estr. da Floresta, 2320 — Floresta Sul
(Assessoria)

