Lula lançou o TFFF durante a cúpula de líderes
Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil
-Lucas Borges Teixeira e Patrícia JunqueiraEnviados especiais do (UOL) a Belém
O Brasil está negociando a entrada ainda este ano de pelo menos mais sete países
como investidores no TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em
inglês), fundo de defesa florestal lançado pelo Brasil ontem na Cúpula dos Líderes, que
antecede a COP30.
O que aconteceu
Segundo fontes do Itamaraty, os detalhes estão sendo negociados. Diferente de
outros mecanismos baseados em doações, o projeto funciona como um investimento: os
lucros retornam aos investidores, e o excedente é destinado aos países que preservam
suas áreas.
O TFFF é a principal aposta do governo para a COP30, que começa na segunda
(10). Já no primeiro dia, o fundo chegou à promessa de mais de US$ 5,5 bilhões em
investimentos de cinco países, incluindo o Brasil.
Noruega divulgou contribuição bilionária. O país escandinavo prometeu investir
US$ 3 bilhões no novo fundo ao longo dos próximos dez anos. A França prometeu 500
milhões de euros (R$ 3,1 bilhões), enquanto Portugal e Países Baixos se
comprometeram com valores mais modestos (1 milhão de euros e US$ 5 milhões,
respectivamente).
Ontem, a Alemanha prometeu investimento “significativo”, mas não deu
valores. Segundo interlocutores, o chanceler Friedrich Merz garantiu o investimento a
Lula em reunião bilateral, mas os cálculos ainda estão sendo fechados pelo governo
alemão e a quantia deverá ser divulgada em breve.
Brasil e Indonésia foram os primeiros a prometerem aportes. Antes da cúpula em
Belém, os dois países – que estarão também entre os principais beneficiários do novo
fundo – anunciaram a intenção de investir US$ 1 bilhão cada um no TFFF.
Fundo para florestas, a aposta do governo
Inicialmente, serão pagos cerca de US$ 4 ao ano para cada hectare de floresta
nativa em pé. Com resultados acompanhados via satélite, haverá desconto na
remuneração em casos de desmatamento.
Há o desafio de achar e manter financiadores. O Reino Unido, por exemplo, era um
dos países que o Brasil esperava que contribuíssem, mas já declarou que “no momento”
não poderá ajudar.
O fundo poderá beneficiar mais de 70 nações com florestas tropicais. Os investimentos do fundo serão de risco elevado e administrados por gestores do mundo todo.

