O governador Gladson Cameli (Progressistas) admitiu, na manhã desta quinta-feira, 30, que a criação do novo cargo de secretário-adjunto de Turismo e Empreendedorismo (Sete) ocorreu em um momento considerado “inoportuno”. A aprovação da função pela Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na última quarta-feira, 29, gerou intensa repercussão negativa no estado.
O cerne da controvérsia reside no projeto de lei que institui a função, cujo titular terá um salário superior a R$ 30 mil. A medida foi alvo de duras críticas por parte da oposição no parlamento estadual e de diversos setores da população acreana.
A insatisfação se intensificou pelo contexto em que a proposta foi apresentada e votada. A sociedade do Acre estava mobilizada e em choque com um evento trágico e sensível: o caso do bebê que foi declarado morto na Maternidade Bárbara Heliodora e, momentos antes de ser sepultado no cemitério Morada da Paz, apresentou sinais vitais.
A declaração do governador Cameli surge como uma resposta direta à onda de críticas que questionaram a prioridade da criação de uma nova e cara função administrativa em um momento de comoção pública por um grave erro no sistema de saúde.
A oposição utilizou o alto custo do cargo – mais de R$ 30 mil mensais – como um argumento central, contrastando o investimento com as urgências e fragilidades expostas pelo incidente da maternidade, que dominou o debate público nos últimos dias.
Ao reconhecer a “inoportunidade”, o chefe do executivo estadual tenta apaziguar a crise de imagem gerada pelo contraste entre o luxo administrativo e a tragédia humana que abalou a população acreana.

