O presidente Lula (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – Lucio Tavora/Xinhua
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Petista indicou querer antes conversar com Pacheco, preferido por presidente do Senado
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Integrantes do governo esperavam oficialização antes de embarque de Lula para a Ásia
O presidente Lula (PT) se reuniu na noite de segunda-feira (20) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir a indicação para a vaga de próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
A expectativa é de que Lula indique o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a posição que está aberta com a saída de Luís Roberto Barroso da corte, oficializada na semana passada.
Mas, segundo aliados do presidente, o anúncio formal de Messias no cargo só deve ser feito depois da viagem de Lula à Ásia, marcada para começar nesta terça, com retorno na próxima semana. Até então, a equipe do petista previa a oficialização da indicação antes do embarque de Lula.
A preferência de Alcolumbre seria pela escolha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado.
Ainda segundo pessoas a par da discussão, Lula gostaria de ter uma conversa com Pacheco antes de anunciar sua decisão, como um gesto de consideração ao aliado.
O presidente já afirmou publicamente sobre os planos para que Pacheco assumisse uma candidatura ao Governo de Minas Gerais em 2026, um importante reduto eleitoral para o petista.
Para fazer as indicações, Lula tem conversado com membros do Congresso e Supremo. Também estavam entre nomes cotados para a posição o chefe do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas.
A intenção inicial de concretizar a indicação de Messias ao STF antes da viagem havia sido indicada pelo próprio presidente a integrantes do governo. O petista embarca na terça para participar da 47ª Cúpula das Associações do Sudeste Asiático e só volta ao Brasil no dia 28.
O chefe da Advocacia-Geral da União se tornou o preferido por Lula para a corte após se consolidar como a principal referência jurídica do governo, chamado pelo presidente a opinar inclusive em temas políticos.
Essa posição se consolidou no vácuo deixado por aquele que foi um dos principais opositores à escolha de Messias: o ministro Flávio Dino.
No papel de coordenador jurídico da transição de governo, Messias atuou na redação de decretos de reestruturação da Esplanada, incluindo a definição do Orçamento para 2023.
No primeiro ano do governo, Lula passou a descrever Messias como eficiente e discreto no cargo, a ponto de cogitá-lo para o STF. A vaga foi, no entanto, ocupada por Dino, então ministro da Justiça.

