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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Em visita ao Acre, Damares critica STF, defende Eduardo Bolsonaro e alerta sobre avanço do crime organizado na política

A senadora e pastora evangélica Damares Alves (Republicanos-DF) esteve em Rio Branco nesta sexta-feira (17) para uma série de compromissos voltados à comunidade cristã e políticos locais. Durante sua passagem pela capital acreana, a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro fez declarações polêmicas e abordou temas como política, segurança pública, violência contra crianças, e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos principais eventos da agenda foi o encontro com líderes religiosos na Igreja Assembleia de Deus, na Avenida Antônio da Rocha Viana, onde Damares participou de um culto com o tema “O Cristão e a Política”. A senadora, que atualmente enfrenta um tratamento contra o câncer de mama, recebeu orações de pastores ao lado do senador acreano Marcio Bittar (União Brasil-AC).

Em sua fala aos presentes, Damares criticou duramente os ministros do STF, afirmando que a Suprema Corte atua de forma ideológica. “O nosso Supremo Tribunal é ideológico. Uma Suprema Corte que decide sobre o porte de maconha ou que permite que as escolas tratem de ideologia de gênero está, sim, promovendo pautas ideológicas”, afirmou. Ela também direcionou críticas ao ministro Flávio Dino. “Temos um ministro com pensamento comunista. É ou não é ideologia? Claro que é. Infelizmente, na Suprema Corte, não temos mais magistrados imparciais.”

Ainda durante o encontro, a senadora declarou que a violência contra crianças no Brasil tem origem espiritual. “Não há explicação a não ser espiritual para a violência contra as crianças nos últimos dias. Historicamente, antes do surgimento de libertadores, crianças foram sacrificadas. O faraó fez isso antes do nascimento de Moisés, mas ele sobreviveu e libertou Israel”, disse em tom profético.

Outro tema abordado por Damares foi a recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas sobre produtos brasileiros. Ela saiu em defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), negando que ele tenha qualquer relação com o chamado “tarifaço”. “É uma ilusão achar que um deputado federal poderia mover uma nação como os Estados Unidos para tarifar o Brasil. Isso é resultado das declarações do presidente Lula, como a aproximação com Irã e Venezuela, e a ideia de uma nova moeda internacional”, disse a senadora.

Damares também fez um alerta sobre o avanço do que chamou de “bancada do crime” no Congresso Nacional. Segundo ela, organizações criminosas já estariam infiltradas em setores estratégicos da economia e exercendo influência sobre o processo eleitoral. “Uma pesquisa recente mostra que cerca de 70 deputados e senadores foram eleitos com apoio do crime organizado. Em 2026, esse número pode chegar a 150. Eles já controlam farmácias, hospitais, empresas de transporte e supermercados”, afirmou.

A senadora relatou ainda ter sido impedida de visitar cidades dominadas por essas organizações. “Na eleição de 2024, houve locais em São Paulo onde eu não podia entrar. Dizia: ‘Sou senadora da República, do Brasil, não apenas do DF’, mas não adiantava”, lamentou.

A visita de Damares ao Acre reforçou seu alinhamento com a pauta conservadora cristã e a defesa de políticas mais rígidas na segurança pública e na atuação institucional. Suas falas causaram forte repercussão entre os participantes do evento e nas redes sociais.

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