Em uma entrevista reveladora ao programa “Tribuna Livre” nesta segunda-feira, o Deputado Federal Dr. Eduardo Velloso (União Brasil) detalhou os motivos de sua pré-candidatura ao Senado, abordou as dinâmicas políticas de seu partido e compartilhou sua visão sobre os principais desafios do estado e do país. A conversa, marcada por debates intensos sobre o cenário político e o papel dos poderes, ofereceu um panorama claro das propostas do parlamentar.
Iniciando a entrevista, Velloso explicou que sua decisão de se lançar como pré-candidato ao Senado surgiu após percorrer todos os municípios do Acre e ouvir apelos da população e de lideranças políticas locais, como prefeitos e vereadores. Ele mencionou a necessidade de uma “oxigenação” na política e que, após conversar com sua família e seu grupo político, sentiu-se preparado para o novo desafio, colocando seu nome à disposição *[05:23]*.
Questionado sobre a pulverização de votos no campo da direita, com múltiplos candidatos disputando as duas vagas para o Senado contra um nome forte da esquerda, Velloso se mostrou confiante. Ele afirmou não ver uma “dificuldade da direita se eleger”, ressaltando que a decisão final caberá à população e que, antes de anunciar sua pré-candidatura, dialogou com outras figuras políticas, incluindo o governador do estado.
Dr. Velloso fez questão de conectar sua trajetória profissional como médico às suas ações políticas. Ele relembrou ter sido pioneiro em trazer para o Acre técnicas e equipamentos avançados em oftalmologia e cardiologia, que antes exigiam que os pacientes viajassem para outros estados. A criação da escola de oftalmologia e a expansão de tratamentos cardiológicos para o Vale do Juruá foram citadas como exemplos de seu compromisso com a saúde da população.
Como deputado, ele destacou a continuidade desse trabalho, viabilizando a instalação de um aparelho de ressonância magnética e a realização de um número recorde de cirurgias no Juruá. Além da saúde, Velloso mencionou seu empenho na produção rural, com a criação de “Centros de Convivência Rural” para dar mais dignidade e suporte aos pequenos e médios agricultores, um projeto piloto já em andamento na Transacreana.
Sobre a dinâmica interna do União Brasil, Velloso revelou, em primeira mão, que o deputado Ulisses Araújo também tem interesse em disputar a vaga para o Senado, gerando uma disputa interna no partido. Ele informou que uma decisão sobre o rumo da sigla deve ser tomada nos próximos 45 dias, pois, segundo ele, o partido precisa se posicionar no cenário político que já se desenha.
Um ponto estratégico abordado foi a formação da federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP), que se tornará “União Progressista”. Segundo o deputado, a fusão já está praticamente selada, faltando apenas a homologação no TSE. Essa aliança criará o maior partido do estado, o que, segundo os debatedores, fortalece enormemente qualquer candidatura que venha a ser lançada por essa coligação.
O debate esquentou ao se discutir a relação entre os três poderes. Velloso expressou sua preocupação com a polarização e a interferência entre Legislativo, Executivo e Judiciário. Citando uma pesquisa, ele apontou que 74% da população está insatisfeita com o STF, o que, em sua visão, é uma resposta à judicialização da política. Ele defendeu que o Senado não deve fugir de debates importantes, como a análise de processos de impeachment de ministros, e sugeriu que a legislação interna das casas legislativas poderia ser revisada para garantir mais democracia.
O pré-candidato também compartilhou detalhes de sua conversa com o governador Gladson Cameli sobre sua postulação ao Senado. Ele relatou que o governador o incentivou a “batalhar” pela vaga, reconhecendo sua capacidade e a legitimidade de sua candidatura. Ficou entendido que, futuramente, o campo da direita precisará buscar uma composição para as eleições.
Ao final da entrevista, os debatedores levantaram a questão da nomeação de ministros para o STF, com a sugestão de que apenas juízes de carreira pudessem ocupar tais cargos. Dr. Velloso concordou, afirmando que o Supremo deveria ser composto por magistrados de carreira e não por figuras políticas, defendendo que “político tem que ser no Legislativo ou no Executivo”. Ele encerrou agradecendo a oportunidade e reafirmando seu compromisso de trabalhar por um Acre e um Brasil melhores.

