De acordo com informações do jornal A Tribuna, um dado alarmante revela um sério desafio para a educação no Acre: 13.090 crianças e adolescentes com idades entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A informação, divulgada pela plataforma Busca Ativa Escolar (BAE), do UNICEF, acende um alerta sobre a necessidade de ações urgentes para garantir o direito à educação para todos os jovens do estado.
O que torna a situação ainda mais preocupante é a evidente desigualdade étnico-racial que permeia esses números. Do total de 13.090 estudantes fora da sala de aula, impressionantes 87% — ou 11.392 — são pretos, pardos e indígenas. Esses dados escancaram a disparidade e a vulnerabilidade enfrentada por esses grupos, que parecem ser os mais afetados pela falta de acesso ao sistema educacional.
Apesar dos esforços de políticas públicas e da dedicação de educadores, o desafio da evasão escolar no Acre persiste, mantendo o estado entre os mais preocupantes do país nesse aspecto. Milhares de crianças e adolescentes continuam fora da sala de aula, um cenário que compromete o futuro deles e o desenvolvimento social e econômico de toda a região.
O Brasil enfrenta um cenário preocupante na educação, conforme os dados do Ranking de Competitividade dos Estados 2025, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Os números indicam que a taxa de frequência líquida no ensino médio em 2024 foi de apenas 66,8%, um índice que sinaliza que mais de um terço dos jovens brasileiros em idade escolar não estão frequentando a etapa de ensino que deveriam. A situação é ainda mais crítica na educação infantil, onde a taxa de frequência caiu para 40,2%.
O acesso à educação infantil no Acre está em crise, com dados recentes revelando um cenário alarmante. Uma pesquisa do Observatório do PNE (Plano Nacional de Educação) e da Rede Nacional Primeira Infância, baseada em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2023, colocou o estado na lanterna do ranking nacional, com a menor taxa de matrículas em creches e pré-escolas do país.
De acordo com o levantamento, apenas 17,9% das crianças de até 3 anos do Acre estão matriculadas em creches, um número dramaticamente inferior à média nacional de 41,2%. O desempenho é ainda mais preocupante quando se analisa o público de 0 a 5 anos: 44,4% das crianças acreanas nessa faixa etária não têm acesso a nenhuma modalidade de educação infantil.
A educação é a base para o desenvolvimento de qualquer sociedade, mas no Acre, um problema persistente e profundo continua a minar essa fundação: a evasão escolar. O abandono precoce da escola por crianças e adolescentes não é apenas uma estatística preocupante, mas um reflexo direto de desafios estruturais e sociais que perpetuam a desigualdade no estado.
Para reverter esse cenário, é crucial um esforço conjunto entre o poder público, a sociedade civil e as famílias. É necessário investir em políticas de inclusão que ofereçam apoio financeiro e psicossocial aos alunos em risco, além de ampliar a oferta de vagas e melhorar a infraestrutura das escolas. Projetos de educação integral, que ofereçam atividades extracurriculares e suporte pedagógico, também podem ser uma ferramenta poderosa para manter os jovens engajados e na sala de aula.

