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quarta-feira, 26 de novembro de 2025
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Governo federal acolhe 100 brasileiros repatriados em nova operação de recepção humanitária em Confins

O Governo Federal realizou, na madrugada desta quinta-feira (4), mais uma operação de recepção humanitária a brasileiros repatriados dos Estados Unidos. O voo chegou ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), por volta da meia noite, com 100 pessoas a bordo. A ação cumpre determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e integra as diretrizes do programa “Aqui é Brasil”, lançado em agosto para garantir acolhimento digno e proteção de direitos a cidadãos repatriados ou deportados.

Os repatriados foram recebidos por uma estrutura de recepção humanizada que incluiu alimentação, kits de higiene pessoal, apoio psicossocial e encaminhamento para deslocamento terrestre até suas cidades de origem. Entre os estados de destino mais frequentes estão Minas Gerais, Rondônia, São Paulo e Goiás, com destaque para Minas, que historicamente apresenta forte fluxo migratório para os Estados Unidos.

Perfil dos repatriados

Segundo dados oficiais da operação, a maior parte dos repatriados é formada por homens desacompanhados (80%), seguidos de mulheres desacompanhadas (15%). Dois passageiros eram integrantes de família (2%), dois estavam sob custódia da justiça (2%) e outros dois vieram em condição de caso médico (1 homem e 1 mulher).

Do total, 84% são homens e 16% mulheres. A maioria se encontra na faixa etária economicamente ativa (15 anos ou mais), 42% têm entre 30 e 39 anos, 28% entre 18 e 29 anos e 21% entre 40 e 49 anos. Houve, ainda, registros de pessoas com mais de 60 anos (3%) e apenas um caso de criança de até 4 anos de idade.

Intensificação das deportações

Segundo a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Élida Lauris, o fluxo de deportações vem crescendo de forma significativa. “Muito recentemente houve essa mudança para o voo semanal, o que já mostra a intensidade desse processo de deportação que está acontecendo nos Estados Unidos. Desde fevereiro, tínhamos uma rotina quinzenal, mas, há um mês, passou a ser semanal, revelando uma intensificação da política migratória americana”, destacou.

Para Élida, esse cenário reflete um endurecimento global das políticas migratórias. “Esse número indica que o mundo, que antes se mostrava como um espaço de mobilidade, tem se transformado em um mundo de fechamento de fronteiras. Do ponto de vista humanitário, isso é preocupante”, afirmou.

A escolha do Aeroporto de Confins como ponto de recepção também foi considerada um avanço na política de acolhimento. “Conseguir que esse processo seja feito em Minas Gerais permite que muitas pessoas retornem já mais próximas de suas famílias, sem enfrentar um novo deslocamento traumático. A deportação em si já implica perdas familiares e situações de detenção ou apreensão indevida. Nosso objetivo é reduzir esse sofrimento e oferecer um acolhimento mais humanizado”, acrescentou a secretária.

Programa “Aqui é Brasil”

O “Aqui é Brasil” é uma operação interinstitucional coordenada pelo MDHC em articulação com os Ministérios das Relações Exteriores (MRE), do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), da Saúde (MS) e da Justiça e Segurança Pública (MJSP); além da Polícia Federal (PF), Defensoria Pública da União (DPU), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), governos estaduais e organismos internacionais como a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A iniciativa garante que brasileiros deportados ou repatriados tenham acesso a atendimento humanizado, apoio psicossocial, transporte até suas cidades de origem e acompanhamento para reinserção social.

Desde fevereiro, mais de 1,8 mil brasileiros já foram recebidos em operações humanitárias organizadas pelo Governo Federal, em sua maioria oriundos dos Estados Unidos.

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