Parentes viajam ao país neste domingo para cobrar justiça e tentar repatriar corpo de Igor, que teria sido amarrado por seguranças antes de morrer, segundo testemunha. Foto: cedida
De acordo com reportagem de Marcus José do portal Alto Acre, Igor Rafael, de 32 anos, estava no último ano de medicina e enfrentava crise de depressão, segundo a mãe; polícia investiga as circunstâncias da morte.
A polícia da Bolívia investiga a morte do estudante brasileiro Igor Rafael Oliveira Souza, de 32 anos, ocorrida na última terça-feira (26) em Santa Cruz de La Sierra, cidade a 550 quilômetros da capital La Paz. A família alega que ele morreu por asfixia após ser contido por seguranças de uma escola alemã da região.
O estudante, que cursava o último período de medicina em uma faculdade boliviana e vivia no exterior desde 2015, foi registrado por câmeras de segurança entrando de forma desorientada em uma papelaria no bairro Equipetrol. De acordo com relatos da família à imprensa brasileira, seguranças de uma escola alemã próxima foram chamados para contê-lo. Minutos depois, outra câmera o registrou caído na calçada, já sem vida.
A mãe de Igor, a professora aposentada Neidimar Oliveira Souza, afirmou que o filho enfrentava solidão, depressão e havia começado a usar drogas, o que teria desencadeado um surto psicótico. Ele teria saído pelas ruas pedindo ajuda por acreditar que estava sendo perseguido.
“Ele surtou no prédio onde morava pedindo ajuda. O pessoal chamou os guardas de uma escola alemã e esses guardas mataram meu filho asfixiado”, acusou Neidimar. Ela contou que a família tentava trazê-lo de volta ao Brasil para tratamento. As imagens do incidente, divulgadas pela imprensa boliviana, mostram o jovem sendo tratado como alguém “em aparente situação de rua”.
A polícia da Bolívia investiga o caso e, segundo a investigação:
- Uma câmera de segurança registrou que Igor entrou, aparentemente desorientado, em uma papelaria no bairro Equipetrol, em Santa Cruz de la Sierra.
- Minutos depois, outra câmera gravou Igor caído em uma calçada, já sem vida.
Mãe do médico de 32 anos relata que ele enfrentava depressão e teria entrado em surto psicótico pedindo ajuda. Polícia local investiga o caso. Foto: captada
Família de estudante brasileiro busca R$ 26 mil para translado do corpo
A família do estudante de medicina Igor Rafael Oliveira Souza, se prepara para viajar ao país neste domingo (31). A viagem tem dois objetivos: acompanhar as investigações policiais e cobrar justiça, e resolver os trâmites burocráticos para o translado do corpo, cujo custo é estimado em R$ 26 mil. Até a tarde desta sexta-feira, uma vaquinha online havia arrecadado pouco mais de R$ 4,5 mil.
Mora no Gama, no Distrito Federal, a mãe de Igor, a professora aposentada Neidimar Oliveira Souza, relata dificuldades para conseguir ajuda oficial. Ela chegou a procurar o Itamaraty, mas não obteve sucesso.
Enquanto tenta reunir o valor com a ajuda de amigos e vizinhos, Neidimar recebeu um relato de uma ex-namorada do estudante que vive na Bolívia. A mulher afirmou que os seguranças da escola alemã chegaram a amarrar as mãos de Igor e que, quando a ambulância chegou para o resgate, ele já estava sem pulsação.
Além do custo financeiro, a família busca apoio jurídico. “Se alguém puder ajudar com a questão na Bolívia, para que a gente possa obter justiça. Eu quero que a morte do meu filho não tenha sido em vão, e processar as pessoas que fizeram essa crueldade com ele sem necessidade”, desabafou a mãe.
As investigações sobre a morte por asfixia seguem em andamento pela polícia boliviana.
Igor Rafael e a mãe, Neidimar Oliveira, em imagem de arquivo. Foto: cedida

