Os exames médicos realizados hoje por Jair Bolsonaro (PL) apontaram resíduos de
duas infecções pulmonares recentes e quadros de esofagite e gastrite. Essa foi a
primeira vez que o ex-presidente deixou a prisão domiciliar.
O que aconteceu
Boletim médico aponta que os resíduos estão “possivelmente relacionadas a
episódios de broncoaspiração”. A equipe médica do ex-presidente também disse que
a endoscopia mostrou “persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa,
porém com necessidade de tratamento medicamentoso contínuo”.
O cardiologista Leandro Echenique afirmou que o ex-presidente teve duas
pneumonias. A situação está controlada, mas há vestígios da doença. “Os exames
pulmonares mostraram que ainda tem imagem residual da pneumonia.”
Os exames também indicaram boa recuperação da operação. “O trânsito intestinal
está preservado”, disse Cláudio Birolini, chefe da equipe de cirurgia. Ele acrescentou
que continua acompanhando o caso e novos exames podem ser realizados.
O ex-presidente chegou ao hospital DF Star, em Brasília, por volta das 9h e foi
liberado às 13h58. Abordado por militantes que o aguardavam, Bolsonaro disse
apenas que não podia falar. Na saída, ficou em silêncio, ouvindo os apoiadores orarem
ao seu redor.
Bolsonaro foi examinado pelos dois médicos que realizaram a operação. A
orientação é que o ex-presidente coma mais devagar e mastigue melhor os alimentos
para evitar as crises de soluço.
Quadro de esofagite provoca refluxo e crises de soluço no ex-presidente. Ele
declarou que chega a vomitar por causa do problema de saúde que se intensificou
depois da última cirurgia, realizada em abril.
A situação clínica de Bolsonaro não é boa, de acordo com aliados. Líder da
oposição, o deputado Zucco (PL-RS) afirmou que ele está com a “saúde debilitada”. A
declaração ocorreu anteontem, depois de visita ao ex-presidente.
Apoiadores de Bolsonaro recorreram a Donald Trump. A ida ao hospital era sobre
saúde, mas a política não ficou de lado e um pequeno grupo de militantes da direita foi
ao hospital. Havia cartazes com bandeiras dos Estados Unidos e contendo mensagens
pedindo ajuda ao governo americano, quem vem aplicando sanções ao Brasil.

Apoiadores de Bolsonaro com cartazes dos Estados Unidos pedindo ajuda a Trump
Imagem: Felipe Pereira/UOL
Saída autorizada
Hoje foi a primeira vez que Bolsonaro saiu de casa desde que foi alvo de ordem
de prisão domiciliar. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a medida em
4 de agosto após o ex-presidente desobedecer normas como não usar as redes sociais.
A ida ao hospital foi solicitada pela defesa de Bolsonaro. O agravamento das
crises de soluços e o refluxo foram os argumentos apresentados pelos advogados.
Serão realizados procedimentos como:
Endoscopia digestiva;
Tomografia do tórax, abdome e pelve;
Ecocariograma;
Exame das carótidas;
Exame de sangue;
Exame de urina;
A expectativa é que os exames durem pelo menos quatro horas. Não está
confirmado se os médicos falarão ao final ou será emitido boletim médico.
Os resultados devem ser apresentados ao STF. Moraes deu prazo de 48 horas para
a defesa de Bolsonaro anexar os laudos ao processo que o ex-presidente responde.

